"Mad Money" por Nuno Reis

Qual o trajecto do dinheiro? Após a impressão na Casa da Moeda vai para os bancos, depois circula por dias ou anos entre pessoas, estabelecimentos e novos bancos, e finalmente, quando cumpriu o seu dever na sociedade de consumo, é retirado de circulação. Tentar deitar a mão ao dinheiro antes da impressão é inútil, e durante a circulação é desagradável para o legítimo dono. Sobra o outro extremo da viagem, a etapa final, momentos antes da destruição. É essa ocasião que uma mulher demasiado acostumada a ter dinheiro quer aproveitar para enriquecer.

Bridget tem sessenta anos e sempre teve dinheiro. Quando o marido lhe revela a verdadeira dimensão da falência que atravessam, tenta desesperada encontrar emprego. Acaba por arranjar uma vaga na equipa de limpeza da Reserva Federal onde fica fascinada por todo o dinheiro para destruir que a rodeia. Quando descobre uma falha no processo que leva as notas para o "corredor da morte", vai desviar duas colegas de trabalho para uma vida de crime. A primeira contratada é Nina. Como mãe solteira atravessa muitas dificuldades para cuidar dos filhos honestamente. E especialmente por ter essa responsabilidade, Nina vai ser a consciência do grupo. A completar o triângulo temos Jackie, uma jovem muito sui generis (louca) que se mexe efusivamente enquanto ouve música. Três mulheres que não se conheciam acabam por dar um dos maiores golpes da história por saberem aproveitar o momento e observar os detalhes. A questão seguinte é se serão capazes de parar antes de serem apanhadas...

Entre pontos razoáveis e menos maus "Mad Money" acaba por ser equilibrado. É um filme ligeiro que se apelida de comédia sem causar muitos risos. O argumento é bastante previsível, mas consegue fugir aos caminhos mais óbvios. Tem personagens estereotipadas e sem consistência, mas os actores especialmente pela fama e esforço conseguem a simpatia do público. Nota-se muita inexperiência da realizadora em quase todos os campos. O melhor que se pode dizer é que consegue desenrascar-se e manter a trama. Nas mãos de outra pessoa seria bem mais interessante.

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