"Madagascar 2: Escape 2 Africa" por Nuno Reis

Saltar da selva para a savana

Passaram três anos desde o primeiro "Madagascar". A sequela começa um tempo indeterminado depois do filme original. Os animais nova-iorquinos preparam-se para abandonar a ilha de Madagascar e voar de volta para a sua adorada cidade. O rei Julian e o seu devoto Maurice juntam-se à excursão numa modesta tentativa de conquistar Nova Iorque. Como a sorte protege os audazes e nem todos são audazes, o avião faz uma aterragem forçada em África. Uma aterragem em queda livre. Perdidos no meio da savana acabam por encontrar outros animais das suas espécies. Agora que estão entre iguais será a amizade dos quatro capaz de os manter unidos?

Quem se recorda do meu texto em relação ao primeiro filme (o link está na primeira linha e é rápido de reler) sabe que não gostei. Roubava ideias a muitos outros filmes infantis e normalmente fazia pior. Três anos depois a única parte original de que me lembro é a contagiosamente divertida "I Like To Move It". Agora que têm personagens populares e tiveram muito tempo para pensar seria de esperar uma história divertida e criativa. Quanto ao divertido ainda concordo - para o público alvo - mas a criatividade voltou a ser esquecida. Quem tem mais de vinte anos não deve ver este filme sem um bom motivo (acompanhar filhos menores). É que a parte de Alex é exactamente igual à história que vimos em "The Lion King" há catorze anos. Cria de leão perdida, rei leão deposto, o novo rei não consegue evitar a falta de água... As semelhanças são tantas que tive de rever um dos meus filmes favoritos para me certificar que não estaria a sofrer de um distúrbio mental que me tinha levado a ver duas vezes "Madagascar 2. Infelizmente não foi a minha cabeça que se avariou e é mesmo um filme fortemente inspirado no outro. Aqui temos alguns humanos a interferir no mundo selvagem e vice-versa mas tirando isso não se vê nada novo.
As outras três personagens principais conseguem ter um pouco mais de vida própria, mas nunca chegando a ser o centro das atenções. Já os adorados pinguins e os civilizados macacos são espremidos até ao tutano para fazer humor. Não com tanta graça como na prequela, mas com um mínimo de piada e com grandes frases a bordo do avião. A velhota tem um grande papel e encarna bem o que é ser nova-iorquina (if we can make it there, we’ll make it anywhere). Já antes era hilariante, agora é também a grande estrela do filme.

No geral esta animação fica uns pontos acima do predecessor. Temo o que virá daqui a quatro anos, mas até lá remedeia. Quem quiser perceber o final (porque tem Marty uma grande mordida) deve rever o primeiro filme.

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