"Next" por António Reis

Prever o futuro pode ser uma benção, uma maldição, ou uma fraude. Lembremo-nos apenas de “Black Raindow” de Mike Hodges, ou “Daily Edition”. Em “Next- Sem Alternativa” o tema é actualizado de uma forma mais espectacular, com mais acção e sobretudo com efeitos especiais de grande impacto visual. Frank Cadillac é um ilusionista de casino. Pagam-lhes para entreter clientes embriagados ou no intervalos das sessões de jogo. Mas do seu nome artístico, Frank deriva de Frankenstein nas sua próprias palavras porque ele é um humano monstruoso que prevê realmente o futuro com dois minutos de antecipação. Frequentemente tem que resistir à tentação de ser demasiado óbvio o seu dom. Por isso só se arrisca a ganhar um dinheiro extra nas apostas ou nas máquinas. Só que o seu dom está a ser seguido com atenção e seriedade por uma agente especial do FBI. Um comando terrorista tem uma bomba nuclear importada prestes a detonar em Los Angeles. Saber com dois minutos de antecipação os planos dos terrroristas pode parecer pouco, mas é uma vantagem competitiva. Esta é a estrutura de base em que Nicolas Cage se vai encaixar, dividido entre uma solidão absoluta, a hipótese de uma paixão improvável e as dúvidas existenciais sobre se a sua liberdade é mais importante que colaborar com os serviços secretos. Um filme que em alguns momentos é tecnicamente brilhante, que deve ter tido uma planificação meticulosa, e com um guião que consegue evitar a maior parte dos clichés do género.

Um bom entretenimento, para um tema onde a ficção científica se sobrepõe ao mero filme de acção.

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