O maior outsider nos Oscares deste ano era "Whiplash". A sua história simples sobre um potencial baterista parecia simples e incapaz de competir contra blockbusters que tinham custado vários milhões e facturado muitos mais. Quando a cerimónia terminou, era também o que tinha conseguido o feito mais notável: o único dos multi-nomeados que tinha vencido em mais de metade das categorias. Num ano invulgar em que todos ganharam algo e os mais fortes candidatos - com nove nomeações - se ficaram pelas quatro estatuetas, e outros com cinco a oito nomeações saíram com apenas uma itória, vencer três em cinco foi um feito notável.


Whiplash", uma homenagem à arte por si só vende pouco. Por isso há toda uma trama desenvolvida a partir daí, que muda o rumo do filme num instante, tornando-o sobre humanos quando parecia ser sobre música. Se foi pela música que nos conquistou, será pela humanidade que o recordaremos. Porque podemos pensar que um artista, um grande artista, sacrifica ter uma vida para se tornar lendário, mas nunca podemos esquecer que será sempre uma pessoa, um animal, e terá impulsos, momentos de fraqueza e de força. A forma como lida com isso é igualmente importante na definição do sucesso. E "Whiplash" equilibra perfeitamente as duas faces do ser humano.
![]() | Título Original: "Whiplash" (EUA, 2014) Realização: Damien Chazelle Argumento: Damien Chazelle Intérpretes: Miles Teller, J. K. Simmons, Melissa Benoist, Paul Reiser, Austin Stowell Música: Justin Hurwitz Fotografia: Sharone Meir Género: Drama, Música Duração: 107 min. Sítio Oficial: http://sonyclassics.com/whiplash/ |