Cinema
A criada
A opiniãoO filme é sobre o dia-a-dia de uma criada em uma família argentina. Por permanecer junto a eles por mais de 20 anos, o sentimento da empregada é de inclusão. Ela acredita que participa do meio onde mora, trocando a família real pela escolhida, e tenta o papel de 'consertadora', ensinando a sua maneira - sendo chata, cheia de regras, com manias, repetições, e dizendo o que pensa, sem medo de repreensão. Mas a desigualdade existe, quando os patrões fecham a porta da cozinha para realizar as refeições, por exemplo. Segmentando e separando as classes sociais. Ela é ingênua e se resigna com isso, esperando pouco e achando que o que tem é muito, sem perspectiva do próprio futuro. Acomoda-se na solidão corrompida causando efeitos físicos. "Gosto de ser formal", diz-se. Quando acontece algo e a patroa necessita colocar outra empregada, a primeira criada inicia uma competição com ações infantis, teimosas, patéticas, ciumentas e cruéis para marcar o seu território. "Briga de empregadas, já vi aos montes", diz uma personagem. Ganha quem possui mais força. Porém esta força pode ser pensada e utilizada sentimentalmente. A transformação aparece com um sopro de vida. Aos poucos modifica-se, utilizando a própria vida para experimentar novos sentimentos. Os diálogos são realistas e com o tempo certo de acontecimento. A fotografia digital é competente, mas não inova. A interpretação da atriz principal é excelente, transmite raiva e pena ao mesmo tempo. O longa é muito bom. Vale a pena ser visto. Recomendo.
Ficha TécnicaDireção:Sebastian Silva
Roteiro:Sebastián Silva, Pedro Peirano
Elenco:Catalina Saavedra, Claudia Celedon, Mariana Loyola
Fotografia:Sergio Armstrong
Montagem:Danielle Fillios
Música:Pedro Soubercaseaux
País:Chile / México
Ano:2009
A SinopseA introvertida Raquel trabalha como empregada para a família Valdés há 23 anos. Amargurada e comportando-se como um membro da família, passa a entrar em choque com a filha mais velha, levando sua patroa, Pilar, a contratar outra pessoa para dividir com ela as responsabilidades da casa. Sentindo seu posto ameaçado, Raquel expulsa a nova moça com terrorismo psicológico. O caso se repete até Pilar contratar uma jovem inexperiente do interior, Lucy, que se mostra a única capaz de romper a barreira que Raquel construiu em torno de si. Melhor filme de ficção e melhor atriz em Sundance 2009.
O DiretorNasceu no Chile em 1979. Pintor, músico e cineasta, estudou Cinema na Escola de Cinema do Chile por um ano, antes de ir para Montreal estudar animação. No mesmo ano realizou a primeira exposição de suas ilustrações e iniciou uma banda chamada CHC, com a qual lançou três álbuns. De volta ao Chile, iniciou mais dois projetos musicais, Yaia e Los Mono. Em 2007, realizou seu primeiro longa, La vida me mata. Este é seu segundo longa.
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