As Vantagens de Ser Invisível
Cinema

As Vantagens de Ser Invisível





Ficha Técnica 

Direção: Stephen Chbosky 
Roteiro: Stephen Chbosky 
Elenco: Emma Watson, Logan Lerman, Paul Rudd, Ezra Miller, Mae Whitman, Melanie Lynskey, Kate Walsh, Dylan McDermott, Nina Dobrev
Fotografia: Andrew Dunn 
Trilha Sonora: Michael Brook 
Produção: Lianne Halfon, John Malkovich, Russell Smith Distribuidora: Paris Filmes 
Estúdio: Summit Entertainment / Mr. Mudd 
Classificação: 14 anos 
Duração: 103 minutos 
País: Estados Unidos 
Ano: 2012

 


Um ?Desajustado? Infinito

Por Fabricio Duque

?As Vantagens de Ser Invisível? aborda os medos, ansiedades, dúvidas, apatias e entusiasmos de adolescentes que experimentaram a maturidade por um passado desafiador, e que precisam transcorrer esta fase convivendo com ?amigos? (basicamente do colégio) que se comportam como típicos exemplares ?plastificados? e estereotipados da idade. Uns crescem pelo sofrimento, tentando se mostrar o mínimo possível, com receio de que a exposição cause momentos embaraçosos, ?bullying? e ou cruéis apelidos. O estudante fora do padrão social (determinado por alguns populares e espalhado como ?seja assim?) é datado de ?diferente?, ?esquisito?, ?nerd?. São ?desajustados? em um mundo moderno que não os entende e que não entende nada de quase nada. O processo de crescimento é difícil e confuso. O que se vivencia neste período pode criar traumas mais a frente, interferindo nas definições de ser um adulto. Quando o passado impõe um caminho diferenciado, tornando o possível em concreto, então há a necessidade de ?analisar? mais um quesito, além dos comuns da adolescência. Assim, é um filme denso, equilibrado nas ?tragédias? (transpassadas de forma existencial, contida e quase silenciosa ? se não fosse, as músicas) e conduz a melancolia projetada à felicidade, talvez pela trilha sonora que mistura The Smiths, David Bowie, músicas ?antigas?, entre tantas outras, podendo até ser considerado um filme musical, sem a ?cantoria? dos personagens.



Isso porque há referencia explicita a ?The Rocky Horror Picture Show?, filme homenagem à androgenia, liberação sexual (e comportamental) e a possibilidade de se gostar do que quiser. É também um filme questionador, pois quem assiste busca a nostalgia de uma época para ?resgatar? a esperança de uma vida inteira, aliando filosofia cotidiana, esta explicando o porquê das escolhas ruins e vazias dos relacionamentos interpessoais. "Nós aceitamos o amor que nós pensamos merecer", diz-se. Amamos apenas o que achamos que merecemos. Se há baixa estima, logo não conseguimos o ?objeto apaixonado?, logo a defesa do querer é criada, logo a desistência acontece. A consequência final é a resignação dos momentos felizes, corroborando a apatia dia após dia. Ao ?participar? das possibilidades mundanas (drogas ?recreativas?, uma delas), não existe tempo ao sofrimento, como a música alta em um túnel completamente iluminado, num carro ?pickape?, sendo ?Heroes? libertos dentro de um mundo próprio mitigado de limitações e aberto a ânsia do entusiasmo.


?Somos infinitos?, eles definem a catarse vivenciada. Os ?desajustados? são Charlie (Logan Lerman, de ?Percy Jackson?, ?O Patriota?, ?Efeito Borboleta?), o "wallflower" do título, uma expressão em inglês que se refere a uma pessoa pouco popular, que busca construir amizades, encontra Patrick (Ezra Miller, de ?Precisamos Falar Sobre o Kevin?) e Sam (Emma Watson, vivendo Hermione Granger nos filmes da franquia ?Harry Potter?), que passam a andar com ele, fazendo com que o protagonista pense mais em si. O roteiro, baseado no livro homônimo escrito pelo próprio diretor do filme, Stephen Chbosky, apresenta narrativa equilibrada, excluindo toda e qualquer possibilidade de melodrama e ou clichê, retratando, de forma realista, o comportamento de jovens ávidos por experimentar novidades a fim de definir ?personalidades?. Este quesito é ?ajudado? pela parte técnica. A granulação da fotografia induz atemporalidade, motivado talvez pela inserção de elementos ?nostálgicos?, como por exemplo, o vinil, a fita cassete, os livros, as roupas, a máquina de escrever e as músicas dos anos oitenta. Confesso que a primeira coisa que fiz ao sair da sala de cinema foi desligar o celular, correr para casa a fim de escrever estas linhas, sentindo um leve estágio depressivo, mas vivenciando, plenamente, uma invencibilidade infinita. Concluindo, ser um ?desajustado? e assistir ?As vantagens de ser invisível? faz com que possamos resgatar a essência de nós mesmos. Recomendo. É incrível que quanto mais se pensa sobre o filme, mais se quer dizer, mais se quer analisar pelas ?infinitas? camadas narrativas, extremamente simbólicas.

 


O Diretor 

Stephen Chbosky (25 de janeiro de 1970, Pittsburgh) é um escritor, roteirista e diretor de cinema norte-americano que ficou conhecido pelo livro "The Perks of Being a Wallflower" ("As Vantagens de Ser Invisível") de 1999. Ele também escreveu o roteiro do filme Rent de 2005 e foi co-criador, produtor executivo e roteirista da série de TV da CBS Jericho, que foi ao ar em 2006.






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