Atração Fatal
Cinema

Atração Fatal


(Fatal Attraction, EUA, 1987)

Quando circulou pelo lado cinéfilo da web uma lista com os dez maiores vilões, Alex Forrest (Glenn Close) apareceu mais de uma vez e me fez querer ver o filme Atração Fatal novamente. Porém, até a publicação da lista dos 75 filmes que todo homem deve ver antes de morrer na revista Esquire, o projeto foi adiado.

Considerado como um dos filmes mais assustadores dos últimos tempos, a história do advogado Dan Gallagher (Michael Douglas) fez homens de vários lugares do mundo tremerem nas bases ao verem na tela a história de uma traição.

Mesmo tendo um casamento feliz e estável, o advogado não resiste aos encantos de Alex, uma loira que conhece em uma festa, e vive com ela um tórrido romance. Quando ele tenta terminar tudo, ela começa a perseguí-lo e resolve dar um jeito de destruir sua família.

Ainda que tenha suas limitações, Adrian Lyne acabou se especializando em filmes moralistas de relações sexuais que terminam castigadas e 9 1/2 Semanas de Amor, Proposta Indecente, Lolita e Infidelidade são bons exemplos disso. Foi a fascinação pelo tema que chamou sua atenção para o curta Diversion, de James Dearden (Um Beijo Antes de Morrer), e o fez querer transformar a história em longa-metragem.

A história não é grandes coisas, afinal, estamos acostumados a ver histórias de homens que traem suas esposas. O filme também tem alguns defeitos bem incômodos, mas consegue criar um clima bem assustador e tem vários detalhes bem interessantes.

Logo de cara notamos o cuidado do desenho de produção de Mel Bourne (O Pescador de Ilusões) ao criar toda a atmosfera brincando com as cores e fazer da diferença entre elas uma das principais características do filme.

A melhor cena para comprovar isto é a da festa onde Alex e Dan se conhecem. Todas as pessoas do local estão vestidas com cores escuras. Uma única mulher aparece de vermelho e imediatamente associamos a figura ao "fatal" do título, mas ela se revela em um figurino exatamente igual ao dos outros convidados, uma pessoa comum como qualquer outro ali.

Mas é no uso do branco e do preto que está o maior trunfo do filme. Enquanto por vezes o branco representa a harmonia de um lar equilibrado, por outras traz claramenete o significado da loucura. O jogo entre os interiores (claros) e os exteriores (escuros) acaba construindo a personalidade da vilã Alex que, por muitas vezes, é a única que usa a cor branca em cena e está sempre exposta. Ao compararmos suas roupas com as da pequena Ellen, filha do casal Gallagher, percebermos que aquela pessoa apavorante aje apenas por loucura e, ao seu jeito, é inocente e não sabe como reagir ao que acontece com ela.

A mão de Lyne é facilmente percebida nas cenas de sexo, desesperadas e cheias de fetiches, elas acontecem sempre prenunciando suas consequências trágicas e funcionam. O maior problema do diretor, para mim, são as experiências com a câmera subjetiva (a corrida no parque e o sumiço do coelho) que não funcionam como deveriam e nem são bem executados.

A trilha sonora também sobra no filme. A temática tensa e a boa atuação de Glenn Close (Encontros do Destino) já são suficientes para envolver o público e não precisam das trilhas graves para serem mais verdadeiras. Para piorar, algumas cenas, como a do álbum de recorte, parecem ter sido criadas para justificar as trilhas e não só não acrescentam ao resultado como prejudicam o acompanhamento.

Apesar do bom elenco feminino, que conta também com Anne Archer (Perigo Real e Imediato), tem também a canastrice de Michael Douglas (Assédio Sexual) que, considerado um dos homens mais charmosos da época (não por mim), esteve presente em muitos dos filmes dos anos 80 e 90 em papéis do gênero.

Apesar dos pesares, a condução do filme é interessante e consegue se manter em um crescente. O uso do telefone como uma arma para aumentar a angústia do público é bem executado e as dicas sobre a loucura e sobre o desfecho são dadas ao público o tempo todo, em diálogos, em gestos e com alusões constantes à ópera Madame Butterfly, de Puccini.

O ápice da tensão é muito bem trabalhado visualmente mas, infelizmente, os produtores não permitiram que o final original do filme fosse mantido para agradar ao público e, como todo remendo, ficou pior do que o soneto.

Um dos representantes mais lembrados do cinema estadunidense dos anos 80, vale mais por toda a sensação que causou em sua época do que pela técnica. Ainda assim conta com uma boa atuação de Close e uma direção de arte que merece toda atenção.

Bom também para colocar algum medo em maridos e namorados saidinhos. Dizem que quem vê esse filme pensa duas vezes antes de chegar perto de estranhas novamente.

Um Grande Momento

A sangue no chão do banheiro.



Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)

Oscar
: Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Atriz (Glenn Close), Atriz Coadjuvante (Anne Archer), Edição (Michael Kahn, Peter E. Berger)

BAFTA: Ator (Michael Douglas), Atriz Coadjuvante (Glenn Close), Edição (Michael Kahn, Peter E. Berger)

Globo de Ouro: Filme - Drama, Diretor, Atriz - Drama (Glenn Close), Atriz Coadjuvante (Anne Archer)

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IMDbAdoro CinemaSubmarino

Drama
Direção: Adrian Lyne
Elenco: Michael Douglas, Glenn Close, Anne Archer, Ellen Hamilton Latzen, Stuart Pankin, Ellen Foley, Fred Gwynne
Roteiro: James Dearden
Duração: 119 min.
Minha nota: 6/10



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