Cinco Dias sem Nora
Cinema

Cinco Dias sem Nora




A opinião

A narrativa é artesanal com os detalhes. Comporta-se de forma metódica. Pouco a pouco aprofunda a história. O roteiro é excelente. Há uma normalidade realista. Não há encenações, não há interpretações pequenas. "Dou a você todo o meu tempo", diz-se para contar a nostalgia das revelações. A morte é humanizada, usando a ironia, e estimula a hipotese do 'se'. Aparecem rachaduras hipócritas na religião judaica confrontando estas com o ceticismo sarcástico, porém não debochado, do personagem principal. Ele resolve movimentar a 'vida' da morta. Em contraposiçao, ela faz a mesma coisa. Um ajustando contas com o outro. "Deixem a desaparecer", uma frase do filme deixa de lado radicalismo de uma crença por ser convenientemente pessoal. Lembranças acordam. E uma quebra de regra desestrutura convicções. "O que se passa na cabeça alheia é um mistério e não se deve julgar", com isso resolve-se o filme. É sensível e sincero. Vale muito a pena ser visto. Recomendo.

Ficha Técnica

Direção: Mariana Chenillo
Roteiro: Mariana Chenillo
Elenco: Enrique Arreola, Ari Brickman, Juan Carlos Colombo, Max Kerlow
Fotografia: Alberto Anaya
Montagem: Mariana Chenillo, Óscar Figueroa
Música: Dario González Valderrama
País: México
Ano: 2008

A Sinopse

José descobre que sua ex-esposa, Nora, com quem foi casado por 30 anos, se suicidou, e procura o rabino para tratar do funeral. Este lhe adverte que, caso não queira enterrá-la imediatamente, só poderá fazê-lo em cinco dias devido às festividades da Páscoa Judaica. José decide então esperar para que seu filho possa estar presente. Ao longo dos cinco dias de convivência com o corpo, se entrega a reminiscências de sua vida com a mulher, e aos poucos descobre pistas de que ela arquitetou meticulosamente um mórbido plano para que ele estivesse ali cuidando do seu funeral.



A Diretora

Nasceu em 1977, no México. Formou-se em Direção no Centro de Capacitación Cinematográfica (CCC) na Cidade do México em 1995. A partir daí, trabalhou em diversos filmes como continuista, assistente de direção e diretora de produção. Em 2003 dirigiu seu primeiro filme, o curta-metragem En pocas palabras, e em 2004 o segundo, Mar adentro. Desde 2005 dá aulas no curso de direção do CCC. Este é seu primeiro longa.



loading...

- Crítica: Paraíso
Por Fabricio DuqueFestival do Rio 2013 No seu segundo longa-metragem, ?Paraíso?, da diretora mexicana Mariana Chenillo (de ?Cinco Dias Sem Nora?), que foi ?inicialmente convidada para escrever o roteiro?, o tema não quer atingir a ?caricatura? dos preconceitos...

- Arranca-me A Vida
A opinião É um filme novela, como um épico, que conta a história do crescimento, conhecimento e a constituição da maturidade cruel e real da vida. Porém é extremamente bem cuidado. Talvez por causa do diretor que já produziu Frida. Os personagens...

- Histórias Extraordinárias (245 Min)
A opinião É um longa bem longo. Dura um pouco mais de quatro horas. E é fantástico, muito bem produzido, mas cansa estar no cinema. A camera observa. Brinca-se com a imagem todo o tempo, com uma fotografia competente. A narração é a alma do filme....

- Luisa
A opinião O primeiro longa deste diretor é divulgado como comovente e irônico. Não é propaganda enganosa, o filme é assim mesmo. Ele conseguiu humanizar a ingenuidade e a miséria. Esta da vida e ou da alma. "Eu encaro a minha miséria, não sento...

- Ander
A opinião O filme foi exibido no Festival de Berlim deste ano. A narrativa lenta descreve e ambiente uma vida comum do interior. No cotidiano, acontecimentos aparecem e muda a situação de tranquilidade. O roteiro começa de um jeito e vai ficando...



Cinema








.