Cine Tela Brasil: a primeira sala de cinema que anda

Vai de periferia em periferia, cidade em cidade, levando cinema de graça para a população que não tem acesso às salas convencionais. Segundo o IBGE, 92% dos municípios brasileiros não têm nenhuma sala de cinema e nas cidades em que há cinema, o preço dos ingressos impede que a maior parte da população possa freqüentá-lo. Nas sessões do Cine Tela Brasil, grande parte do público vê o cinema pela primeira vez.

O Tela Brasil muda de cidade toda semana. Ficamos três dias em cada uma, sempre na periferia. Realiza quatro sessões por dia, duas para as crianças e dois para os adultos. Projeta filmes brasileiros, porque neles se vêem a nossa cultura, os nossos problemas, os nossos heróis.

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Cine Mambembe - Histórico

1996 ? Com um projetor 16 mm, uma tela montável, filmes brasileiros de curtas-metragens e uma perua Saveiro, os cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi começaram a organizar sessões de cinema em praças públicas e escolas da periferia de São Paulo. Nasce o Cine Mambembe.

1997 ? Com o mesmo equipamento, acrescido de um pequeno gerador elétrico, a dupla partiu numa viagem pelo norte e nordeste do país, levando filmes de curta-metragem para populações que nunca foram ao cinema e localidades que não têm luz elétrica. Percorreram quase 15 mil quilômetros, passando por assentamentos e aldeias indígenas. Fizeram um registro audiovisual da aventura, que deu origem ao documentário ?Cine Mambembe, o Cinema Descobre o Brasil?, que ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais, sendo exibido em oito países na América e Europa.

1998 e 1999 ? O Cine Mambembe viajou por Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Piauí e Maranhão a convite do *Programa Universidade Solidária.

2000 ? O Mambembe passou a contar com uma equipe contratada de projecionista e produtores. Viajou do interior do Rio Grande do Sul até o Maranhão projetando filmes clássicos da cinematografia brasileira para o Ministério da Cultura com um projetor de 35mm da Cinemateca do Paraná.

2001 ? O Mambembe fez várias sessões para o SESC e SENAC na capital e interior de São Paulo. No segundo semestre, adquiriu um projetor próprio de 35 mm e passou a fazer sessões de longas-metragens brasileiros numa tela maior.

2002 e 2003 ? Em parceria com o SESC e Secretarias Municipais de Cultura, o Mambembe fez inúmeras exibições do filme ?Bicho de Sete Cabeças? em bairros de periferia da capital e interior de São Paulo e Minas Gerais.

2004 ? Com a ajuda de leis de incentivo à cultura, o Cine Mambembe recebeu o patrocínio de uma grande empresa privada. Com incrementos de infra-estrutura e qualidade, o projeto deixou de ser mambembe (No dicionário ?Silveira Bueno? consta: 1. Lugar afastado; 2. Ator ou grupo de circo ou teatro amador de má qualidade; 3. Nômade, itinerante; 4. de pouquíssimo valor.) e passou a se chamar Cine Tela Brasil. Em novembro, o Tela Brasil estreou sua inédita sala de cinema ambulante com 225 cadeiras e ar condicionado, projetor 35 mm, som surround, projeção *cinemascope num ambiente totalmente vedado e protegido da luz e da chuva.

2005 ? O Tela Brasil alcançou a marca de 100.000 expectadores na 42ª cidade ao longo de 504 sessões, todas exibindo filmes nacionais.

2006 ? Em Dezembro foi realizada a sessão que alcançou o número de 200 mil expectadores no Cine Tela Brasil na cidade de Santana de Parnaíba, interior paulista.

Texto extraído do site oficial do Cine Tela Brasil .* 

Programa Universidade Solidária - É realizado em parceria pelo Conselho da Comunidade Solidária, o Ministério da Educação e do Desporto e o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Com caráter educativo e voluntário, mobiliza estudantes e professores universitários para participarem, durante as férias de verão, de atividades que contribuam para a melhoria da qualidade de vida de comunidades no Norte e Nordeste do país. Possibilita a esses estudantes e professores o conhecimento de outras regiões, a troca de experiências, o que fortalece e amplia seu compromisso social com a realidade brasileira.

* Cinemascope - Lentes anamórficas são lentes que conseguem filmar uma cena panorâmica sem ter de mudar o tamanho do quadro. Utilizando-se lentes semelhantes no projetor, a imagem comprimida (estreitada para caber no quadro) é ampliada até a proporção 2.35:1, formando uma cena cuja largura é mais do que o dobro da altura. O coeficiente entre altura e largura de um filme normal, seja 8mm, 16mm ou 35mm, é de 1.33:1. A primeira utilização comercial dessas lentes se deu quando os técnicos da Fox desenvolveram o processo widescreen no início da década de 60 empregando as lentes anamórficas, inventadas em 1927 por Henri Chrétien. O processo foi batizado de Cinemascope.

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