Crítica - Adventureland (2009)

Realizado por Greg Mottola
Com Jesse Eisenberg, Ryan Reynolds, Kristen Stewart, Bill Hader

Após o sucesso qualitativo e comercial de ?SuperBad?, Greg Mottola conseguiu surpreender novamente a sétima arte com ?Adventureland?, uma divertida e engenhosa comédia sobre os romances e as aventuras inesperadas da adolescência. James Brennan (Jesse Eisenberg) é um típico adolescente norte-americano que é obrigado a cancelar as suas magníficas férias de Verão, com que tinha sonhado durante toda a sua estadia no secundário, para tentar ganhar algum dinheiro que lhe permitirá frequentar a universidade, no entanto, o único trabalho que consegue arranjar é na Adventureland, um parque de diversões bastante medíocre onde os jogos são aparelhados e os carrosséis são violentos, mas apesar de todas estas condicionantes, James aprende rapidamente a se divertir com o seu trabalho e acaba por conhecer um fantástica rapariga e um magnífico conjunto de indivíduos que lhe fornecem uma das maiores aventuras da sua vida.


Ao contrário da esmagadora maioria das comédias norte-americanas que são protagonizadas por adolescentes, ?Adventureland? não se limita a explorar a vertente humorística e superficial das constrangedoras situações que a adolescência impulsiona, assim sendo, somos confrontados com uma narrativa que nos apresenta alguns momentos de comédia, mas que essencialmente nos oferece uma imaginativa e convincente exploração subjectiva das mentalidades dos adolescentes e dos problemas que afectam o seu conturbado quotidiano familiar e laboral. O principal objecto desta exploração é James, um adolescente que estava habituado à riqueza e à simplicidade, mas que subitamente é confrontado com uma realidade económica completamente diferente e assustadora que impulsiona uma série de conflitos com os seus pais e com os seus amigos. No decadente parque temático onde arranja um emprego medíocre, James conhece vários indivíduos que partilham a sua lastimável condição financeira e psicológica, ou seja, adolescentes empobrecidos que estão carregados de problemas pessoais mas que conseguem sobrevier ao seu quotidiano através de pequenas injecções de adrenalina e diversão. À medida que se aproxima romanticamente da sua colega de trabalho igualmente problemática e se interliga amigavelmente com os restantes colegas de profissão, James inicia uma verdadeira aventura que será composta por inúmeras tristezas e alegrias. O argumento explora as frustrações sexuais e os sonhos defeitos dos vários adolescentes que compõem esta história, bem como as inúmeras trivialidades e as diversas problemáticas dos seus respectivos quotidianos, no entanto, o grande enfoque é mesmo James que no final desta sua extravagante aventura entra finalmente em contacto com a sua realidade pessoal e com o término das facilidades da adolescência. Em suma, ?Adventureland? retrata com honestidade e simplicidade os problemas das personagens, no entanto, não o faz atravéz de um registo fortemente dramático ou cómico, muito pelo contrário, aposta num registo simples e descontraido mas bastante maduro que não sobrecarrega o espectador de sentimentos e emoções.


A direcção de Greg Mottola é excelente. ?Adventureland? foi inspirado nas vivências deste talentoso cineasta, assim sendo, não seria muito difícil retratar com realismo e cuidado esta interessante história que nos prende e nos envolve. As performances individuais dos jovens actores que compõem o elenco também são maioritariamente positivas. A prestação de Jesse Eisenberg é excelente porque em nenhum momento descura a personalidade da sua personagem. Kristen Stewart e Ryan Reynolds também nos apresentam uma razoável performance. A banda sonora desta produção é fenomenal porque conseguiu exteriorizar na perfeição o ambiente energético dos últimos anos da década de oitenta através de fantásticas sonoridades da autoria de grandes artistas internacionais, como por exemplo, Lou Reed, David Bowie ou The Cure. Em suma, ?Adventureland? é uma das melhores comédias dos últimos anos, porque não nos oferece as mesmas piadas infantis ou as mesmas situações aborrecidas que a esmagadora maioria das produções do género.

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