Crítica - Fantastic Four (2015)
Cinema

Crítica - Fantastic Four (2015)


Realizado por Josh Trank 
Com Miles Teller, Michael B. Jordan, Kate Mara

As críticas negativas que "Fantastic Four" recebeu um pouco por todo o mundo e em todos os quadrantes mediáticos desmotivam e muito a sua visualização, talvez por isso a própria Kate Mara, a única atriz de relevo do filme, tenha admitido que ainda não o viu, algo que já diz muito sobre a dúbia qualidade e os inúmeros problemas que afetaram a produção deste blockbuster. É certo que este reboot não é nenhuma maravilha, mas confesso que o achei muito mais interessante e curioso que os filmes de 2005 e 2007 do mesmo franchise, esses sim verdadeiros flops criativos que replicam sem muita imaginação ou qualidade as ocas e recicláveis bases de um filme de ação com muitos heróis poderosos e pouco história. 
Embora possa apontar-lhe demasiadas falhas imperdoáveis que em conjunto deram origem à sua queda, "Fantastic Four" até parte de uma premissa curiosa que pelo menos tenta ser original na abordagem que promove relativamente às origens do Quarteto Fantástico, mas tal contexto, embora curioso e diferente, acaba por não resultar, muito por culpa do excessivo envolvimento dos seus produtores que, como foi amplamente noticiado pela imprensa internacional, quiseram banalizar e transformar este filme em mais um simples e pouco apelativo produto comercial que se aproximasse dos típicos filmes de ação e, por isso, não permitiram que Josh Tank concretizasse todos os seus planos ambiciosos que, reforço, poderiam ter resultado e poderiam assim ter originado um produto final muito mais apelativo e menos perdido. Tal não sucedeu e "Fantastic Four" não cumpre nada do que a sua ambição e diferença pareciam prometer.


A sua trama explora portanto as origens do Quarteto Fantástico e promove com esta sua exposição inúmeras alterações radicais relativamente aos factos apresentados na banda desenhada relativamente à concepção desta equipa de super heróis, assim sendo, entre as principais diferenças estão as origens dos poderes dos protagonistas e a forma como estes tentam integrar-se na sua nova realidade, no entanto, não se pode dizer que à partida fosse assim tão má a ideia de modificar as origens dos protagonistas de forma a tornar esta produção e a própria saga em algo mais original e poderoso. O problema é que tal concepção relativamente original e bem pensada não encontra qualquer seguimento de qualidade no fraquinho desenvolvimento de um argumento que se torna previsível, lento e até pouco fluido e astuto na hora de abordar e concretizar as mudanças e os desafios nas vidas dos protagonistas, ou seja, no fundo "Fantastic Four" falha na hora de aprofundar, quer do ponto de vista intelectual, quer do ponto de vista do entretenimento, uma premissa que tinha pés para andar. 
Tal falha importante, que quase por si só arruína esta produção, tem importantes ramificações negativas na forma escassa e nada criativa como as origens do Quarteto Fantástica são exploradas, isto após uma introdução que prometia muito mais e que fazia antever um rumo muito mais ambicioso que, seja por culpa de estereótipos irritantes ou da generalizada falta de imaginação para dar sequência a uma boa ideia, nunca chega a ser minimamente concretizado. Para além de uma intriga que é moralmente e narrativamente inconsequente sob qualquer ponto de vista, "Fantastic Four" também não apresenta qualquer sequência de ação minimamente relevante, espetacular ou divertida que force o entretenimento do público que, perante uma trama sem ação, piada ou conteúdo acaba por ser presenteado com muito pouco, para não dizer nada, que o possa cativar e entreter.
É óbvio que, por tudo o que já se sabe, é impossível culpar Josh Tank pelo falhanço que este "Fantastic Four" representa, já que se a sua visão original tivesse sido respeitada estaríamos hoje a elogiar esta obra, como também é injusto criticar o seu competente elenco que, pese embora as críticas iniciais referentes à sua contratação, acabaram por ter todos, sem excepção, um papel curioso e interessante nesta obra que, reforço e recordo, para mim não é assim tão má como a pintam e parte até de uma ideia curiosa que, por culpa de intervenções capitalistas pouco acertadas de terceiros, tornou-se em algo muito negativo e pouco recomendável mas que, ainda assim, supera qualquer um dos seus dois detestáveis antecessores. 

Classificação - 2 Estrelas em 5



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