Crítica - Hyde Park On Hudson (2012)

O que mais surpreende, pela negativa, nem é o seu argumento historicamente pobre e cheio de pequenos dramas românticos completamente dispensáveis, que nos vendem uma imagem muito pouco nobre e natural do Presidente Roosevelt que, apesar de ser um dos políticos norte-americanos mais respeitados do século passado, é retratado, por este filme supostamente histórico, como um homem mimado e obcecado por sexo. Este péssimo retrato é surpreendentemente mau, mas o que mais me choca em ?Hyde Park On Hudson? nem são os exagerados embelezamentos históricos ou a sua fraquinha história romântica, mas sim a fraquinha performance de Bill Murray na pele do Presidente Roosevelt que, por exemplo, foi interpretado com muito mais garra e competência pelo veterano John Voight em ?Pearl Harbor?. Pelos vistos sou dos poucos a achar isto, já que a crítica americana até gostou da sua performance, e Murray foi, inclusivamente, nomeado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Principal (Comédia/ Musical) por este seu desempenho, algo que me surpreende bastante porque, simplesmente, não consigo encontrar nenhum encanto neste seu fraco trabalho. As atrizes Laura Linney (Margaret Suckley), Olivia Colman (Rainha Elizabeth), Elizabeth Marvel (Marguerite LeHand) e Olivia Williams (Eleanor Roosevelt) também têm uma performance insatisfatória que ficou muito aquém das expetativas, tal como esta medíocre produção romântica de Roger Michell que, apesar de ter alguns momentos engraçados, é bastante desgastante.