Quando um filme sofre tantos atrasos e a sua estreia é sucessivamente adiada, então por norma o resultado final será péssimo. É claro que, por vezes, há exceções, como o surpreendente ?World War Z?, mas posso desde já afirmar que ?I, Frankenstein? não é um desses casos particulares, sendo mais um péssimo exemplo de um fracasso anunciado, tal como os equitativamente medíocres e recentes ?47 Ronin? e ?Oldboy?. Nesta espécie de péssimo cruzamento entre ?Frankenstein? (1994) e ?Constantine? (2005), Aaron Eckart interpreta Adam/ Monstro de Frankenstein que, duzentos anos após a sua criação, torna-se no epicentro de uma grande guerra oculta que só ele conseguirá travar, já que desde cedo descobre que só ele será capaz de salvar ou destruir por completo a raça humana.
Eu penso que o grande objetivo dos produtores de ?I, Frankenstein? passava por aproveitar a imaginação da homónima graphic novel escrita por Kevin Grevioux, bem como o espírito sombrio e sobrenatural do Monstro de Frankenstein, a clássica personagem principal do romance ?Frankenstein?, de Mary Shelley, e adaptá-los de forma explosiva a uma espécie de blockbuster cheio de ação com reminiscências a obras igualmente básicas e comercias como ?Van Hellsing? (2004), mas como já se adivinhava, este projeto realizado por Stuart Beattie não é inteligente nem imaginativo, sendo ainda muito mais descontrolado e irracional do que inicialmente se esperava. Embora tenha alguma ação pelo meio, não se pode dizer que a sua trama seja envolvente porque, para além de não ter grandes momentos de intensidade ou relevo, acaba por conduzir o espetador a um entretenimento desmiolado e sem valor que se torna redundante muito rapidamente. Embora possa parecer cativante para os fãs de filmes mais comerciais, ?I Frankenstein? é uma péssima aposta dentro do género sobrenatural ou fantasioso, não só porque aposta numa trama banal praticamente isenta de entretenimento e pessimamente estruturada, mas sobretudo porque se trata de um filme vulgar sem argumentos, a qualquer nível, para convencer o grande público.
Classificação ? 1,5 Estrelas em 5