O que está dentro do saco? Esta é provavelmente a única coisa que poderá, porventura, levantar algum interesse e suspense neste franquismo thriller policial, que mais parece um telefilme independente de sábado à tarde, do que propriamente um filme dirigido para as salas de cinema. E que saco é este de que tanto se fala? É apenas o misterioso objeto que está no centro de uma intriga leviana e sem óbvio valor que começa quando Dragna (Robert De Niro), um lendário patrão do crime, oferece uma ridícula quantia monetária a Jack (John Cusack), uma espécie de ladrão de segunda categoria, para recuperar e guardar o referido saco, ou seja, uma tarefa que parece simples à partida, mas que acaba por descambar num pequeno espetáculo de violência drástica que nada traz de positivo à experiência cinematográfica do espetador, já que é tão frágil e tão superficial que pouca emoção ou entretenimento traz a este projeto, que já agora exprime sempre uma completa falta de direção prática e lógica.
É por isso algo complicado de perceber como é que um ator tão consagrado como Robert De Niro aceitou participar num filme tão díspar e parco como este. Em abono da verdade, De Niro não despendeu muito do seu tempo para participar neste desastre, mas o que é certo é que a sua participação, por muito curta que seja, representa mais uma mancha grave na sua carreira. E ponho as coisas nestes termos porque, nestes últimos anos, a sua outrora expoente carreira ganhou outras manchas igualmente relevantes, como as suas participações em "Righteous Kill" (2008), "Killer Elite" (2011), "Killing Season" (2013) ou "Big Wedding" (2013), ou seja, obras de igual calibre negativo. É por isso que, verdade seja dia, esta sua participação em "The Bag Man" é incompreensível mas não é de todo surpreendente, porque De Niro está infelizmente a criar um padrão negativo com as suas escolhas profissionais. Para além de De Niro, o elenco de "The Bag Man" também conta com a presença de John Cusack, que assume um papel muito mais central que o do experiente e consagrado ator, mas cuja performance é igualmente fraca e mediana, aliás também se pode dizer que a carreira de Cusack já teve melhores dias. A juntar a esta equação masculina está a jovem brasileira Rebecca Da Costa, uma estrela de filmes séries b que assume aqui um papel superficial que apenas puxa pelos seus atributos físicos, sendo impossível de avaliar qualquer potencial por este seu trabalho.
Se o enredo é péssimo e ultrapassa constantemente as barreiras da sonolência e da idiotice, o que dizer então da péssima direção de David Grovic, cujo profissionalismo e capacidade técnica têm que ser postos em causa à luz deste seu péssimo trabalho. Ao apostar numa espécie de abordagem pseudo noir, Grovic conseguiu incutir ainda mais desinteresse moral a este já de si pobre projeto, que repito, apenas conseguirá causar algum suspense junto do espectador com a dúvida em redor do conteúdo do saco misterioso, cuja resposta final até acaba por ser tão insossa como esta própria entrega.
Classificação - 1 Estrela em 5