Crítica: 300
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Crítica: 300



A minha expectativa ao assistir ao filme 300 pela primeira vez era bem grande, isso porque já conhecia a história por ter lido previamente a fantástica obra literária de Frank Miller. Zack Snyder, o diretor da película, entrou para o mundo do cinema depois de fazer carreira dirigindo vídeo clipes. O seu primeiro sucesso no cinema foi o remake Madrugada dos Mortos, que é até legal e consegue surpreender no final. Já em 300, ele acertadamente decide não mudar as coisas que deram certo na revista de Miller, e, sendo fiel a obra original dá forma a um excelente filme, marcado por ser visualmente fantástico.

Conceitos como honra, glória e coragem são o combustível para um filme eletrizante! Mas vamos com calma, não espere um relato histórico sobre o fato, a versão de Miller e Snyder compartilha, em parte, os escritos apaixonados ("e bota apaixonado nisso!") de Heródoto, tido como pai da História. É importante ficar claro que o objetivo é entreter.

O filme conta a história ? real, mas fantasiada ? da Batalha das Termópilas, no ano 480 a.C. focado na visão espartana. A trama acompanha o rei Leônidas e seu grupo de 300 homens defendendo sua terra contra o exército Persa do Deus-rei Xerxes (interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro). A batalha tornou-se heróica pelos números envolveram o episódio: enquanto os espartanos contavam apenas com suas três centenas de soldados, os persas combatiam com milhares.

Gostei muito da escolha de David Wenham para narrar a lendária batalha grega, seu tom de voz ficou perfeito! E ajudou a criar uma atmosfera de intimidade entre o espectador e os espartanos. Snyder respeitou todas as características narrativas de Miller, repetindo quase que na íntegra o enredo apresentado nos quadrinhos; além disso, ele tenta, com sucesso, reproduzir a beleza dos cenários da HQ em cenas visualmente deslumbrantes.

Outro ponto alto do filme é a atuação de Gerard Butler, aliás foi depois desse filme que ele foi consagrado como um grande astro de Hollywood. O personagem dele foi o Rei Leônidas, vivido com grande intensidade e de uma maneira víceral pelo escocês, que solta algumas frases de efeito - incluindo a clássica "This is Sparta!" Mas o que chamou a atenção foi a forma como ele personificou "o espartano" - um grupo de homens que encara a vida e as batalhas de uma maneira muito singular.

Todo o elenco mostrou-se afinado com as cenas de extrema violência e descomunalmente estilizadas, regadas com muito sangue. Mas espere um pouco, não entendam essas características como um defeito. O filme funciona bem por causa disso, essa hipérbole visual e sonora traduz com perfeição o que é ser um herói na cultura pop. 300 é um filme que se envolve bastante com a cultura pop, um visual deslumbrante, heróis que contagiam o espectador e um trilha sonora arrebatadora que combina perfeitamente com a proposta do filme - entretenimento de grande qualidade.

Nota: 9,0


Trailer:




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