Ontem fui aos cinemas conferir o tão esperado Assalto ao Banco Central e fui munido de muitas expectativas positivas com relação a esse lançamento. Acompanhei com muito interesse e proximidade a divulgação do mesmo e desde que o trailer saiu tive a sensação de que iria conferir um bom longa de ação nacional. Com a produção da Fox Filmes do Brasil e com a forte divulgação o longa estreia nesse fim de semana em muitas salas dos cinemas nacionais e a julgar pela lotação da sessão em que estava deve ir bem nas bilheterias.
A direção ficou nas mãos de Marcus Paulo que é bem conhecido das novelas da Globo e faz a sua primeira incursão aos cinemas. Para obter sucesso nas telas ele claro escalou alguns atores globais e mesclou com outros profissionais mais acostumados as telas de cinema. Encabeçado por Milhem Cortaz (Tropa de Elite, Tropa de Elite 2), Hermila Guedes (O Céu de Sueli), Lima Duarte (2 Filhos de Francisco, Eu Tu Eles), Giulia Gam (Chico Xavier) e Eriberto Leão (Malu de Bicicleta).
Nas telas somos levados para Agosto de 2005 quando 164.7 milhões de reais foram roubados do Banco Central em Fortaleza, Ceará. Sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando 3 toneladas de dinheiro. Foram mais de três meses de operação. Milhares de reais foram gastos no planejamento. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo. Um dos crimes mais sofisticados e bem planejados de que já se teve notícia no Brasil. Quem eram essas pessoas? E o que aconteceu com elas depois? São as perguntas que todo o Brasil se faz desde então.
Quero ressaltar que o filme é uma ficção baseado em fatos reais, de semelhanças com o evento real temos apenas o desenrolar do assalto. O aluguel da casa, a criação de uma firma de grama sintética e a carreta de carros que continha dinheiro, dos assaltantes e os mais de R$ 140 milhões a polícia nunca teve notícias. O longa nacional é visivelmente baseado nas produções de assalto norte-americanas e assim como as mesmas serve apenas como diversão sem grandes pretensões; filme pipoca.
A direção de Marcos Paulo deixa a muito a desejar, os diálogos são televisivos, repletos de frases de efeito e exagerados. A sua tentativa frustrada de contar uma história não linear não ajuda a desenvolver a história e nem empatia pelos personagens; todos muito caricatos. O que poderia ser uma inovação se preenche com o pior dos clichês. As atuações são de medianas para fracas; ficou óbvio também que Milhem Cortaz ainda precisa comer muito feijão com arroz para ser o protagonista de uma produção do cinema nacional.
No final das contas percebo que o maior erro do filme foi entregar um baita trailer e se vender como um filme de ação. O mais certo seria abraçar a sua veia global e bater no peito e dizer que é uma comédia, aliás os melhores momentos desta produção são os momentos mais engraçados. Quando for ao cinema vá sabendo das limitações desta produção que é até legal, mas passa anos luz daquilo que se propõe o que é um grave erro.
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