Crítica: Beleza Americana (American Beauty)
Cinema

Crítica: Beleza Americana (American Beauty)



O diretor Sam Mendes (Foi Apenas um Sonho, Estrada para Perdição)começou a sua carreira no cinema da melhor forma possível, ganhando um Oscar de melhor filme e diretor pela película Beleza Americana. O filme explora temas tais como a importância imposta pelas sociedades modernas na aparência e no êxito econômico e como estes reduzem as relações interpessoais deformando-as. Muitas vezes gerando uma necessidade de escape que de certa forma reduz a existência da pessoas a um mero teatro. Este servindo apenas para movimentar um sistema social e econômico medíocre onde de fato apenas poucos usufruem livremente da plena liberdade e soberania.

No filme, a crise de Lester Burnham (Kevin Spacey) arrasta-o para um beco sem saída emocional, mas também físico  (logo no início este afirma que a sua vida não durará muito). Ele é odiado pela mulher, Carolyn (Annet Bening - Minhas Mães e Meu Pai, Destinos Ligados), que só pensa em triunfar com o seu negócio imobiliário, e pela filha adolescente, Jane (Thora Birch). O seu emprego apenas serve para ele se tornar um membro produtivo da sociedade, visto que este não o motiva mais.

Entretanto as coisas começam a mudar quando este sente-se fortemente atraído por uma colega de Jane, Angela (Mina Suvari) à qual atribui o papel central nas suas visões erótico-artísticas. Além disso, para a casa ao lado muda-se a família Fitts. O jovem Ricky (Wes Bentley - Jonah Hex), sempre armado com uma câmara de vídeo, mostra-se fascinado por Jane. O pai (Chris Cooper - Lembranças, Atração Perigosa) é um coronel dos Fuzileiro aposentado exacerbadamente nacionalista, homofóbico e decidido a "curar" o filho de qualquer fuga às suas normas rígidas.

Mesmo trabalhando temas fortes e profundos o filme não tenta filosofar ou fazer o espectador ler nas estrelinhas, de um modo geral o filme é o que é. Os personagens e as situações não ocultam nenhum significado que tenhamos de decifrar. Isso não invalida, mas, pelo contrário, talvez reforce o fato de que Mendes e o argumentista Alan Ball tenham conseguido levar-nos a deitar um olhar profundo sobre coisas que assumimos como banais.

O que fascina em Beleza Americana é como o diretor Sam Mendes mesmo em sua primeira incursão no mundo do cinema trata do material com uma sensibilidade que conquista o espectador. O excelente elenco encabeçado pelo brilhante Kevin Spacey (Os Homens Que Encaravam Cabras, Seven - Os Sete Crimes Capitais , Los Angeles - Cidade Proibida) que tem uma atuação magnífica e ainda conta com sólidas atuações do circulo central da história também é um outro ponto alto do filme. A trilha embriaga o espectador nessa jornada de transformação e questionamento sobre os valores americanos e casa perfeitamente com a fotografia magnífica. Um filme que vale ser conferido por aqueles que perderam a oportunidade de vê-lo no cinema.

Nota: 10,0

Trailer:



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