Crítica: Club Sandwich
Cinema

Crítica: Club Sandwich


Por Fabricio Duque

?Club Sandwich? comporta-se como uma fábula ?ultra? realista sobre a relação de co-dependência entre uma mãe solteira e seu filho de quinze anos que está ?despertando? a própria sexualidade durante as férias em um resort mexicano. O diretor Fernando Eimbcke (dos já cultuados filmes ?Temporada de Patos?, ?Lago Tahoe?) opta por reiterar uma narrativa minimalista, tanto nas ações detalhistas idiossincráticas, quanto em sua duração (de apenas oitenta e dois minutos), que faz lembrar o filme ?Em Algum Lugar?, de Sofia Coppola. O adolescente experimenta estágios do novo, buscando sensações e conhecimentos (apatia resignada e feliz; tédio da rotina na piscina e no quarto do hotel; desejo extenuante; e o ?finalmente? propriamente dito). Sua referência é sua mãe, que por sua vez, aproxima-se mais como uma amiga (e uma inevitável tensão incondicional amorosa, às vezes beirando a sexual ? toques e observações não limitadas à liberdade e ou à privacidade), não conseguindo cortar o cordão umbilical, cujo ciúme (e ?posse?) beira a explicitações defensivas e agressivas, tentando ?protegê-lo? do mundo e o ?tratando? como um animal de estimação que fala, pensa, conversa e resolve carências. Mas não só dela. A relação ?mútua? é retroalimentada. Dá-se a ?sobrevivência? e se espera a ?recompensa?. A amizade do filho com uma menina da mesma idade causa ?desconforto?, ansiedade e o medo da ?perda?, e ela provavelmente deve pensar que todo esforço para nada. O longa-metragem foi o vencedor na categoria Melhor Diretor no Festival de San Sebastián 2013. ?Club Sandwich? possui outra maestria: escala um trio de atores ? Lucio Giménez Cacho (Hector); Danae Reynaud (Jazmin); e Maria Renée Prudencio (Paloma) ? que interpretam sutilmente uma incrível química afetiva. É a fábula do crescimento. De não se importar em vivenciar impulsos e instintos. Um pequeno grande filme, que diz pouco, traduz silêncios e mostra uma gama de análises comportamentais de forma totalmente despretensiosa, naturalista e sinestésica.



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