Cinema
Crítica: Solomon Kane - O Caçador de Demônio
Antes de escrever as histórias do bárbaro Conan, em 1929, o escritor Robert E. Howard (1906-1936) criou o aventureiro puritano Solomon Kane. Usando chapéu e trajes negros, o personagem vagava pela Europa do fim do século 16, início do 17, armado de espadim, adaga e duas garruchas, combatendo o mal. O herói até teve uma certa notoriedade no Brasil em sua versão em quadrinhos, que foi publicada aqui em revistas como Espada Selvagem de Conan nas décadas de 1980 e 90, mas nunca decolou de verdade nem aqui, nem no mundo.
No filme o personagem título (James Purefoy) é um guerreiro cristão que, devido à ganância e à crueldade, é amaldiçoado pelos seres do inferno. Na tentativa de abdicar da violência, ele sai em uma peregrinação, conhecendo William Crowthorn (Pete Postlethwhite), sua esposa Katherine (Alice Krige) e seus filhos, que oferecem companhia e hospitalidade. Um dia, eles são atacados por lacaios do misterioso Malachi (Jason Flemyng), que raptam a jovem Meredith Crowthorn (Evan Rachel-Wood). Kane parte para resgatá-la para salvar a própria alma.
O desconhecido diretor Michael J. Bassett limita-se a repetir, ainda que com alguma competência, imagens e situações comuns do gênero utilizando a fórmula ?herói enfrenta exército para cortar o mal pela raiz? que é seguida à risca. O grande pecado do filme é justamente ficar nos clichês e não sair de uma formula extremamente previsível e batida. Ainda que tenha alguns bons atores na produção em momento nenhum ela chega a decolar e cativar os espectadores.
A impressão que temos é de uma produção fraca que mistura ação com pitadas de filmes de terror Trash e que na verdade não convence em nenhuma das duas categorias. A fotografia acinzentada também não chega a ser novidade, a trilha sonora é bem fraca não refletindo em muitos momentos o que se passa na tela, pecando muito pelos excessos. No final Solomon Kane é um filme bem mediano e que poderia ter tentado fugir dos clichês para ter uma maior identidade, mas não traz nenhuma novidade e nem agrada ou desagrada, fica no limbo onde sempre esteve para a maioria dos espectadores.
Nota: 4,5
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