Crítica: Um Gato em Paris (A Cat in Paris)
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Crítica: Um Gato em Paris (A Cat in Paris)



Quando este filme foi indicado ao Oscar 2012 (Veja a Lista Completa), fiquei surpreendido, como muita gente, mas ao mesmo tempo percebi que terminaria me dando a oportunidade de conferir uma animação de origem francesa, algo que confesso que não estou acostumado a fazer. Queria entender como este filme teria "roubado" a vaga de um filme do quilate de As Aventuras de Tintim e agora finalmente posso entender. Um Gato em Paris é um longa de execução inteligentíssima e que demonstra grande capacidade de apresentar ótimos aspectos técnicos. Não posso acreditar que o alvoroço feito pela academia seja por mais alguma coisa além da criatividade utilizada para retratar as cenas, pois o roteiro é bem fraquinho, com coisas deixadas em aberto e alto teor de clichês.

A premissa do filme é muito interessante, porém contar uma história interessante não foi nem de perto o objetivo de Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli. O personagem central é Dino, um gato que leva uma vida dupla, que se divide em duas casas muito diferentes. Enquanto o céu ainda está claro, ele mora com Zoé, a filha de uma delegada de polícia, que recentemente teve seu marido assassinado pelo vilão da cidade. Quando o sol se vai e a noite aparece, ele vai ao encontro de Nico e com ele vive as aventuras de um ladrão, que se movimenta pelos tetos de casas, com extrema habilidade, e aplica roubos de jóias. Um evento irá misturar a vida das pessoas de ambas as casas e assim todos mudarão para sempre.

Podemos analisar algumas coisas e perceber que o gato é o elo de ligação entre duas pessoas solitárias. A menina, depois da morte de seu pai, se sente sozinha e até mesmo abdicou do dom da fala. Sua mãe não pensa em outra coisa a não ser trabalho e não consegue interagir da maneira que a filha precisa para ser feliz. Nico é um bandido que encontra no gato seu grande amigo e fiel escudeiro. O felino representa para ele um fuga de seu mundo sozinho para uma aventura diferente, pois sentimos desde o começo que ele não é uma má pessoa. Tudo isso é tentando levar a obra mais a fundo e sendo bem criterioso, pois as passagens deixam tudo de forma tão insossa que nem sei se valeria a pena ter escrito aqui.

Voltando ao brilho da película, o resgate do 2-D faz com que o longa se torne muito elegante de ser visto e apresenta toda a criatividade dos responsáveis pela produção. Os artifícios utilizados para retratar cenas no escuro ou o "farejar" do gato foram brilhantes. A movimentação dos personagens é legal e ainda há a presença de algumas referências, como na cena da escolha dos apelidos dos bandidos, que remetem a Cães de Aluguel.

Este, portanto, é um trabalho meramente técnico e apreciar seus artifícios é maravilhoso, porém analisando o produto completo, posso dizer que não irá servir para entreter pessoas com mais do que seus 8 ou 9 anos. O tempo é curto, os diálogos são bem bobinhos e as coisas acontecem de uma forma mais fria do que realmente deveria. Prova da frieza é a estranheza da mãe da garota, que não consegue cativar o público em momento algum e nos transmiti mais sensação de falsidade do que de amor verdadeiro. Ótimas sacadas de execução e fraco na apresentação do roteiro, este é um filme que não tem a menor chance de levar uma estatueta para casa.


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