A História de Adèle H. é um filme do cultuado diretor francês François Truffaut. O longa, de 1975, narra a vida da filha de um dos escritores mais célebres de toda a França: Victor Hugo. Para quem não sabe, é o autor responsável por obras do cunho de Os Miseráveis e, além de ser famoso pelos seus títulos, foi marcado por participar ativamente do mundo político francês do questionável século XIX. O roteiro da produção, co-escrito por Jean Gruault, foi feito com base nos diários verídicos da segunda filha do escritor, descobertos anos depois de seu falecimento, aos 85 anos de idade.
A trama, que se passa em 1863, quando a protagonista tinha 33 anos, gira em torno de um grande amor que Lewly, pseudônimo que Adèle usa como disfarce, sente pelo tenente inglês Albert Pinson. A vontade de estar junto com sua paixão era tanta que ela chega a viajar da França até o Canadá para conquistá-lo. No entanto, o que ela não previa era que este amor não seria correspondido. Sua cegueira, no entanto, era tamanha que beirava a uma obsessão, tornando-a capaz de ir até o "fim do mundo" pelo tenente. Contudo, o máximo que ela conseguiu foi parar em um manicômio, quando a loucura, enfim, lhe consumiu.
A direção de François Truffaut é magnífica e trabalha com mínimos detalhes. Por mais que alguns possam considerar que o longa seja um pouco arrastado, considero o seu desenvolvimento muito importante e rico, pois demonstra o zelo que o diretor possuía com seus trabalhos. A fotografia é tão maravilhosa que temos, durante todo o tempo, a sensação de que estamos diante de um quadro em exposição no museu de Louvre. A direção de arte merece todo o destaque, pois a composição dos cenários e figurinos beiram a perfeição.
A atriz Isabelle Adjani é outro ponto chave da produção. A jovem, que na época tinha apenas 19 anos, encantou a todos e tomou o filme para si. Seu trabalho é esplêndido, magnífico e sublime, merecendo a sua indicação ao Oscar, embora o prêmio naquele ano seria ganho por Louise Fletcher, de Um Estranho no Ninho. A grande verdade é que as indicações ao Prêmio César e a vitória do Prêmio David di Donatello devem-se muito ao desempenho da atriz.
Este é um clássico, estimulando a conhecer um pouco mais a carreira de Truffaut e que merece ser assistido por todos os adoradores da sétima arte. Além de ser a oportunidade de conferir um trabalho excelente, poderão ver a fundo uma história verídica de uma mulher que literalmente enlouqueceu por conta de um grande amor. Talvez hoje esse seja um tema saturado, mas afirmo que jamais poderá ser esquecido.
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