Crítica do livro: O Futebol em Nelson Rodrigues
Cinema

Crítica do livro: O Futebol em Nelson Rodrigues


O anjo pornográfico no mundo esportivo.

Como tratar, num único livro, dois assuntos tão diferentes e apaixonantes?

Como conquistar o leitor de futebol, tão impactado por imagens, com uma obra acadêmica?

Como abordar, com nova roupagem, um escritor já tão estudado no Brasil?

A resposta a todas essas perguntas é a mesma: basta fazer com paixão, conhecimento e entrega.

O Anjo Pornográfico amava e falava muito sobre futebol, todos sabem disso, ?até as mulheres que gostam de apanhar?, como diria o próprio escritor. Porém, encaixar todo esse universo de forma agradável, rica e prazerosa, é quase tão difícil como fazer um gol do meio de campo. Ou seja, precisa ser craque na questão. Então ao terminar a leitura do livro posso narrar: Gol de José Carlos Marques, e de placa, um golaço.

A análise do livro - ?O Futebol em Nelson Rodrigues? - parte do pressuposto da estética neobarroca, conforme diversos escritores latino-americanos vão contextualizando ao longo da obra. A relevância do futebol e como esse esporte está plantado na cultura brasileira também é comentada por José Carlos Marques, que apresenta ao leitor um parto literário com fortuna, dedicação e envoltura.

Nelson Rodrigues não estava preocupado, exclusivamente, com o resultado da partida quando elaborava seus textos sobre o futebol nas quatro linhas. Suas ideias representavam o imaginário, a fantasia, a violência verbal da verdadeira liberdade narrativa.

Como fã do autor de ?Bonitinha, mas ordinária?, fiquei encantando ao perceber como seus textos esportivos eram o retrato fiel, cruel e solidário do futebol e da sociedade brasileira.

Como fã de futebol, fiquei apaixonado pela percepção e a beleza que O Anjo Pornográfico conseguia gerar ao esporte mais popular do universo. Seus elogios a Pelé e Garrinha deveriam estar no coração de cada um de nós.

Li a obra em três dias. A leitura é selvagem e enlouquecedora como os personagens de Nelson Rodrigues. O capítulo final fecha o espetáculo literário como um gol em final de Copa do Mundo.

Só não leva nota máxima por que toda unanimidade é burra, segundo o criador de ?Perdoa-me por me traíres?.

Dedico esse texto aos amigos apaixonados por futebol: Valdir Félix da Conceição Gonçalves, Gérson Morais e Washington Oliveira da Silva, companheiros de bola e de arquibancada no Canindé.




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