Cinema
Entrevista: Murilo Rosa
Entrevista: Murilo Rosa
“Marcos é um homem de sucesso traumatizado e amargurado. Um homem sem amor, sem fé”.
Como você define Marcos?
Marcos é um barril de pólvora. Um homem que nasceu e cresceu em ambiente tranqüilo de muito amor, e aos 10 anos perde o pai. Ele acaba culpando a promessa que fez à Santa para ganhar a chuteira por essa morte trágica e passa a responsabilizar a fé, a santa a religião pelo que aconteceu. Marcos decide que sua vida será diferente da do pai, um homem simples, dedicado à construção da Basílica de Nossa Senhora Aparecida após um milagre que ele desconhece. Marcos se transforma em um homem de sucesso, mas suas conquistas não preenchem o buraco no coração criado pela morte do pai e que nunca cicatrizou. Ele está sempre à beira da explosão, com a ex-mulher, com o filho, abrindo mão de tudo que é mais sensível e amoroso. Este homem de sucesso é um trator, mas carente de pai, carente da mãe de quem se distanciou, carente de filho com quem não consegue se relacionar e sobretudo, carente de fé. É um homem de sucesso traumatizado e amargurado. Um homem sem amor, sem fé.
Qual a dificuldade de interpretar um personagem sempre à beira da exasperação, da explosão?
Tivemos uma preparação muito interessante com a Tizuka que merece o grande nome que tem. Ela tem realmente um talento extraordinário, que compreendeu de forma muito sensível o universo do filme junto com Valéria Braga, preparadora do elenco. E essa sensibilidade foi muito boa para mim, como para todos os integrantes do elenco e criou um excelente clima de trabalho. Para dar credibilidade como pai de um jovem, tive que incorporar o da idade e a sua amargura da situação – adotei um timbre de voz mais grave, dosei a energia, ganhei um bigode e cabelos brancos. O mais difícil foi o controle da energia e do forte temperamento em permanente contenção, mas com alguns momentos explosivos.
E como foi a relação com o elenco, com quem você tem momentos de alta voltagem emocional?
Eu já tinha trabalhado algumas vezes com Bete Mendes, de grande talento e de uma doçura incomparável. Maria Fernanda é uma estrela de primeiríssimo time, que tem uma star quality totalmente merecida. Eu tinha atuado ao lado de Leona Cavalli no teatro, e ela é uma atriz excepcional, cult, super-parceira. Jonatas é um estreante no cinema que exibe seu talento na TV e que vi no musical Hairspray. Sou suspeito para falar, pois trabalhei com pessoas raras, em um entrosamento excepcional. Tenho que ressaltar também o empenho da Yurika Yamasaki na direção de arte e na criação do meu envelhecimento. Sem falar na cumplicidade de Gláucia e Paulo, com quem eu já tinha tido o prazer de trabalhar em Orquestra dos Meninos.
Em 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, você foi à Basílica e leu um poema. Você é devoto de Nossa Senhora? Como você define a sua religiosidade?
Sou de família muito católica e embora não seja praticante tenho muita fé. Ao longo da vida desenvolvi uma história pessoal e profissional muito importante com a Santa Aparecida. Além de questões pessoais, desenvolvi uma ligação forte com a religiosidade através de meus trabalhos na TV – A Padroeira, América (em que fazia um devoto de Aparecida) e Caminho das Índias. Pela minha experiência e também da minha família foi muito bom fazer um personagem sem fé, mas que se converte. Seu momento de catarse, em que é abraçado pela Santa e também a missa final foram particularmente emocionantes para mim.
Quais as suas expectativas em relação a Aparecida, o Milagre?
O filme fala de fé, um aspecto fundamental na vida de todas as pessoas. É a fé que provê entusiasmo para você modificar as situações. Ter fé é ter entusiasmo, que é muito diferente de ser otimista, pois o entusiasmo permite que a pessoa encontre energia para alcançar o que deseja. O filme conta uma história de conversão. Muita gente pode se identificar com essa busca de fé e com as transformações que a recuperação da fé provoca. Acredito que pela verdade dos personagens e pela emoção da história, o filme tem todos os elementos para comover o espectador.
Principais trabalhos:
Cinema: Ismael e Adalgisa (média metragem de Malu de Martino - 1998
Olga, de Jayme Monjardim (2004), Orquestra de Meninos (Paulo Thiago, 2008),
Como esquecer (Malu de Martino, 2010)
Televisão: Novelas A padroeira, América, Caminho das Índias, Araguaia.
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