Sargento William James é perito em desarmamento de bombas e chegou ao Iraque para substituir outro perito que acabara de morrer. Ele não se preocupa em seguir os procedimentos padrões, para o desespero de seu colega de grupo, sargento Sanborn, e tem uma certeza quase absoluta de que precisa daquele sentimento de medo para viver.
A diretora Kathryn Bigelow gosta de tipos como Sargento James, que colocam o perigo à frente de qualquer outra coisa na vida, e sabe como aproveitar bem toda a sua experiência com esses personagens em Guerra ao Terror.
Ela também não se intimida em sustentar o suspense até o limite. As cenas de desarmamento, e a da emboscada, são prolongadas, quietas e silenciosas. Depois de mostrar uma explosão, muito mais real do que qualquer uma de filmes do gênero, e a morte do sargento Thompson, Bigelow sabe que não precisa de artifícios para criar o clima. Então, nada de trilha sonora que antecipa ações ou de efeitos especiais mirabolantes.
O clima de guerra, toda a sua loucura e inexatidão, pode ser sentido, mas sem a definição de mocinhos, bandidos e sem justificativas e grandes explicações sobre o conflito em si.
O desenvolvimento dos personagens também é outro ponto alto do longa. O James criado por Jeremy Renner, é inconsequente, cheio de incertezas e traz tanta humanidade em si que é difícil não torcer para que as coisas saiam bem com ele. E o mesmo se dá com seus companheiros, o sistemático Sanborn de Anthony Mackie, e o medroso Eldridge de Brian Geraghty.
Com boas atuações e um excelente roteiro, assinado por Mark Boal, Bigelow faz um dos filmes mais interessantes e perturbadores sobre a guerra. Desde o momento em que se lê na tela "a guerra é uma droga", frase do correspondente do New York Times Chris Hedges, aquela realidade e os sentimentos do protagonista passam a ser compartilhados e até mesmo a falta de ação, que tanto incomoda James, pode ser sentida por todos.
Algumas passagens podem incomodar e outras precisam de algum tempo para fazer sentido, mas não há como não reconhecer toda a força e a qualidade do filme. Daqueles que merecem ser conhecidos e que deve agradar muito aos fãs do gênero.
Por incrível que pareça, foi lançado no Brasil pela Imagem Filmes direto em dvd, com um nome péssimo e destacando atores que são mais conhecidos do grande público, deixando os atores principais de lado.
The Hurt Locker de Brian Turner
Nothing but the hurt left here. Nothing but bullets and pain and the bled out slumping and all the 'fucks' and 'goddamns' and 'Jesus Christs' of the wounded. Nothing left here but the hurt.
Believe it when you see it. Believe it when a 12-year-old rolls a grenade into the room. Or when a sniper punches a hole deep into someone?s skull. Believe it when four men step from a taxicab in Mosul to shower the street in brass and fire. Open the hurt locker and see what there is of knives and teeth. Open the hurt locker and learn how rough men come hunting for souls.
Um Grande Momento
A primeira explosão.
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Guerra Direção: Kathryn Bigelow Elenco: Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce, Ralph Fiennes, David Morse, Evangeline Lilly, Christian Camargo Roteiro: Mark Boal Duração: 131 min. Minha nota: 8/10
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