Cinema
Ô azar! Pense no azar!
Nota: 7,0Nesse sábado uns amigos e eu decidimos ir ao cinema pra assistir a pré-estréia de À Procura da Felicidade, o novo filme do Will Smith. Éramos um grupo de 8 pessoas, mas só 4 já tinham comprado o ingresso, e eu não era uma delas. Quando a fila chegou quase na bilheteria, eu estava lamentando o preço do ingresso. Normalmente eu pago em torno de 4 reais pra ir ao cinema, mas nas sessões à noite dos finais de semana o preço sobe para 7,50. Aí me deu aquela dor no bolso... E eis que nesse mesmo momento a sessão lotou e as únicas sessões que iriam começar por volta daquele horário (era 21h30) eram as dos filmes O Amor Não Tira Férias, que vocês podem ler minhas impressões mais abaixo, ou ver A Grande Família, mas ninguém tava a fim... As outras sessões para outros filmes iniciariam depois das 23hs. Aí a gente já estava saindo da fila, com aquela frustração, quando, do nada, uma moça apareceu e perguntou se eu queria ver o filme À Procura da Felicidade, pois ela tinha um ingresso sobrando, e acabou me dando, mas ela desapareceu e eu nem vi o rosto dela direito. Eu só sei que eu fui ver o filme! E no 0800, o que é melhor ainda! Guardei esse ingresso e ele agora é o meu amuleto da sorte.
Bom, mas a sorte acabou aí... O filme é praticamente é um oposto do Match Point, ou seja, narra o azar de um cidadão. Ele é sobre o Will Smith, um cara que gastou suas economias investindo num scanner medicinal revolucionário, ele visitava clínicas e hospitais para vendê-los, mas nenhum médico queria comprar. Achavam caro demais e desnecessário. E nisso ele vai acumulando dívidas. Pra piorar a sua situação, ele é casado com a Thandie Newton, que pra quem não sabe, é filha de uma princesa Shona do Zimbábue, mas tem aquela cara de flagelada da seca, e faz o mesmo papel de mal-humorada ranzinza que fez no Crash, a diferença é que aqui ela não é rica... O que já é uma boa diferença. E ainda tem um filho pequeno pra criar (o menino é filho dele na verdade com a atriz Jada Pinkett Smith). A mulher não segura o rojão e o abandona e aí tudo desanda.
O filme é narrado pelo próprio Will (o nome do personagem é Chris), e ele divide sua vida por momentos em que ele fazia algo constantemente. Olha, o cara tem tanto azar, tanto azar, mas tanto azar, que na metade do filme eu já estava num estado de depressão profunda. Quase cortando a minha orelha e pintando uma tela ou compondo uma sinfonia.
O bom de tudo é ver como o Will Smith evoluiu e vem se mostrando um verdadeiro bom ator. Ele saiu daquele seriado imbecil que eu felizmente não lembro o nome, que eu acho que ainda passa no SB(es)T(eira) e na Warner, e de comédias meia-boca como Hitch, pra fazer um filme mais adulto, emocionante e, o que é mais impressionante, com uma mensagem no final! Tá certo que a mensagem é a mais batida da história do cinema, ou talvez da história da dramaturgia, mas pelo menos já é um começo. Tenho que admitir que a história é bonita.
O roteiro é de Steve Conrad, que fez a droga O Sol de Cada Manhã, uma adaptação do livro autobiográfico de Chris Gardner, e é dirigido pelo italiano Gabriele Muccino, que eu não tenho informações a respeito. O filme valeu ao Will Smith sua segunda indicação ao Oscar. A primeira foi em 2002 por Ali, uma biografia do Mohamed Ali que ninguém viu, e ele realmente mereceu essa indicação, mas não vai ser dessa vez que ele vai levar. Pra levar uma estatueta dourada pra casa, ele vai ter que se engajar em outro bom projeto ou então de muito lobby, que sempre dá certo em Hollywood.
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