Cinema
O Milagre de Sta Luzia, longa em competição no 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
O Milagre de Sta Luzia, documentário de Sérgio Roizenblit, está na Mostra Competitiva do 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Longa será exibido dia 19 de novembro, às 20h30 no Cine Brasília
O Milagre de Sta Luzia é uma viagem pelo Brasil que toca sanfona conduzida por Dominguinhos, principal sanfoneiro vivo do país. Entre encontros acompanhados de muita música e reunindo depoimentos de seus principais instrumentistas, o filme faz um mapeamento cultural das diferentes regiões do país onde a sanfona se estabeleceu.
O documentário marca a estréia de Sérgio Roizenblit na direção de um longa-metragem. Roizenblit é diretor dos vídeos Violões do Brasil, Violeiros do Brasil e O Brasil da Sanfona, do Projeto Memória Brasileira, de Myriam Taubkin, lançados em DVD. Em competição no 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, O Milagre de Sta Luzia fará a première na quarta-feira, dia 19/11, às 20h30, no Cine Brasília, com reprises nos dias subseqüentes.
Programação no 41º Festival de Brasília
19/11 (quarta) – 20h30 e 23h30 – Cine Brasília
20/11 (quinta) – 16h e 19h30 – Centro Cultural Banco do Brasil
21/11 (sexta) – 14h e 21h30 – Embracine CasaPark 7
Sobre o filme
O filme é baseado em O Brasil da Sanfona do Projeto Memória Brasileira, de Myriam Taubkin.
Há mais de trinta anos sem viajar de avião, Dominguinhos conduz sua caminhonete pelas diversas regiões onde a sanfona ganhou destaque e de onde surgiram seus maiores intérpretes. O longa busca compreender o universo do instrumento em cada uma dessas localidades: o nordestino e sua saga de retirante, a partida e o desejo de um dia voltar; o pantaneiro e sua atitude contempladora, conectada ao tempo da natureza; o gaúcho e sua ode às tradições, o orgulho pela terra natal; e o paulista que, dividido entre a cultura caipira tradicional e o cosmopolitismo da metrópole, cria um estilo no qual todas as tradições estão presentes.
Musicalmente, a popular sanfona – cujos nomes podem variar de acordo com a região, sendo os mais comuns: acordeão, “pé-de-bode”, “8 baixos”, fole ou gaita – caracteriza-se como um instrumento capaz de traduzir as mais variadas culturas, seus diferentes povos e tradições.
O título – O Milagre de Sta Luzia - presta uma homenagem a Luiz Gonzaga, que nasceu no dia da Santa, 13 de dezembro, e foi batizado com seu nome. A grande homenagem se justifica pelo trabalho do “Rei do Baião”, que a partir de seu sucesso, por volta da década de 50, abriu as portas para a existência de uma cultura regional dentro da indústria cultural no País. Também em homenagem ao pernambucano são os versos recitados pelo poeta Patativa do Assaré, em entrevista concedida pouco antes de falecer.
Em cada região, o filme registra os principais músicos do instrumento. Alguns desses artistas, considerados os principais expoentes, faleceram pouco tempo depois das filmagens: Sivuca, que fez sua última gravação com Dominguinhos, cerca de um mês antes de seu falecimento, e Mario Zan, o único sanfoneiro que vendeu tanto quanto Luiz Gonzaga, considerado até os dias de hoje o recordista de vendas da RCA Victor.
A viagem tem início em Exu, Pernambuco, com Dominguinhos interpretando Lamento Sertanejo, de sua autoria em parceria com Gilberto Gil. A cada encontro, uma conversa e uma música em conjunto – Arlindo dos 8 Baixos, Camarão, Pinto do Acordeon e até mesmo um grupo de vaqueiros que, em admiração ao músico, dedicam-lhe versos improvisados.
Percorre depois a riqueza natural do Centro-Oeste e a música de Dino Rocha e Elias Filho. Continua pelo Sul com as gaitas de Thelmo de Lima Freitas, Edson Dutra, Renato Borghetti, Gilberto Monteiro e Bagre Fagundes interpretando Canto Alegretense (co-autoria com seu irmão, Antônio Augusto Fagundes), música mais popular que o próprio hino do estado.
Em São Paulo, músicos jovens como Gabriel Levy e Toninho Ferragutti, que imprime à sanfona um caráter mais jazzístico. O encontro com o saudoso Mario Zan e Oswaldinho do Acordeon. Juntos, interpretam Quarto Centenário, de Mario Zan, sanfoneiro que mais traduz a cultura caipira paulista. Composições suas, como Chalana e Um Homem Não Deve Chorar, ultrapassaram as fronteiras brasileiras e foram gravadas em diversas línguas. É reconhecido como o maior solista de festas juninas de todos os tempos, autor de inúmeras quadrilhas como Festa na Roça e Pula a Fogueira.
De volta ao Nordeste, Dominguinhos encontra Raimundo Campos, produtor musical de Recife, com quem gravou sua inédita e comovida interpretação de Triste Partida (de Patativa do Assaré). Em João Pessoa, na Paraíba, a conversa com Sivuca, que declara, emocionado, “(a sanfona) representa 67 anos de convivência, de paz e harmonia com a música”.
Depoimentos por ordem de aparição
. Dominguinhos
. Patativa do Assaré (Antonio Gonçalves da Silva, 1909 – 2002)
. Arlindo dos 8 Baixos
. Hélder Vasconcelos
. Joquinha Gonzaga
. Camarão
. Genaro
. Pinto do Acordeon
. Dino Rocha
. Elias Filho
. Renato Borghetti
. Thelmo de Lima Freitas
. Ricardo Arenhaldt
. Edson Dutra
. Luiz Carlos Borges
. Luciano Maia
. Júlio Rizzo
. Gilberto Monteiro
. Bagre Fagundes
. Oscar dos Reis
. Mario Zan (Mario Giovanni Zandomeneghi, 1920 – 2006)
. Oswaldinho do Acordeon
. Toninho Ferragutti
. Gabriel Levy
. Raimundo Campos
. Sivuca (Severino Dias de Oliveira, 1930 – 2006)
Realização
A idéia da realização do documentário nasceu há cerca de 10 anos, quando o diretor participou do Projeto Memória Brasileira, de Myriam Taubkin. Sérgio Roizenblit dirigiu os vídeos-cenários de O Brasil da Sanfona, série de shows realizados pelo SESC/SP, em 2001, posteriormente lançado em DVD, em 2003, com a inclusão de depoimentos de sanfoneiros e poetas brasileiros.
A maioria dos depoimentos do filme foi captada principalmente ao longo de 2006, mas conta com entrevistas gravadas em 2001, como a de Patativa do Assaré. A equipe percorreu o Brasil, pelos Estados de Pernambuco (nas cidades de Exu, Serrita e Recife); Paraíba (João Pessoa), Mato Grosso do Sul (Barra Mansa) Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Bagé e Santana do Livramento), Minas Gerais (Serra dos Aimorés e Turmalina) e São Paulo (São Paulo).
O Milagre de Sta Luzia foi viabilizado por meio do Artigo 1º da Lei do Audiovisual e patrocinado pelo BNDES e Banco BMG.
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