Sinopse - Eleanor Webb (Saoirse Ronan) é uma vampira que contraria os preciosos conselhos da sua mãe, Clara Webb (Gemma Arterton), e apaixona-se por um humano, Frank (Caleb Landry Jones), que tem uma doença incurável. A sua relação contraria todas as leis naturais dos vampiros, mas o amor que Eleanor sente por Frank leva-a a arriscar a sua preciosa imortalidade por ele.
Crítica - As expectativas em redor de "Byzantium" eram grandes, até porque num passado já distante, Neil Jordan realizou o ainda popular "Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles" (1994), um dos principais filmes de vampiros, mais comerciais, dos últimos vinte anos. Os tempos agora são outros e, apesar de Jordan ter aqui um razoável produto dentro de um género muito competitivo, o que é certo é que todo o resultado final poderia ser muito mais empolgante e, sobretudo, mais completo. O seu guião desenvolve, a um ritmo algo lento, uma espécie de história cruzada entre os géneros romântico, familiar e de sobrevivência que segue a demanda de duas vampiras com personalidades distintas que, por motivos diferentes mas estando presas ao mesmo destino, vão tentando sobrevivendo à lei impiedosa do destino como podem e não como querem. A sua importante dinâmica familiar, que domina grande parte da génese emocional do filme, vai sendo afetada e direcionada a cada esquina da narrativa pelas suas opções românticas, sejam elas do presente ou do passado, que moldam e afectam a sua relação, mas também a sua luta por sobrevivência num mundo impiedoso, quer para os humanos, quer para os vampiros. O problema é que, quer a sua quimica familiar, quer a sua luta por sobrevivência, são sempre relegadas para segundo plano por questões românticas que acabam por arrasar um pouco o espírito mais negro e vampírico desta obra que, no seu núcleo, nunca parece ser bem um real filme de vampiros, apesar deste mundo ser uma parte integrante do desenvolvimento e estrutura do guião. O que importa revelar é que a sua história não é muito empolgante e perde-se muitas vezes num ritmo sonolento que afasta, quase sem querer, o público da sua grande visão e que, em última análise, não nos permite entrar em pleno contacto com as partes mais interessantes ou entusiasmantes de uma história que poderia, realmente, ter sido aproveitada de uma melhor forma, caso não perdesse tanto tempo em redor de assuntos melodramáticos e meloromânticos sem grande conteúdo ou contexo. É porque a dada altura, "Byzantium" não escapa do estigma do melodrama romântico e familiar pouco ritmado que, infelizmente, apaga bastante da génese da alma desta obra que, infelizmente, falha as expectativas que haviam em seu redor apesar de, mesmo assim, não ser de todo um mau filme, mas lá está, o resultado final poderia ter sido muito melhor, especialmente tendo em conta o talento já conhecido de Neil Jordan, o potencial da sua história, uma estética competente, a popularidade do género e a qualidade do seu elenco.
Classificação - 3 Estrelas em 5