O convidado de hoje é o Samuel Andrade do Keyzer Soze's Place. Será a lista mais variada tanto do ponto de vista cronológico, como temático e geográfico.
Para quem não está habituado a encarar um filme de acordo com as suas qualidades pedagógicas, elaborar um conjunto de obras, com o intuito de serem exibidas em contexto escolar, não se afigurou tarefa fácil.
Contudo, abracei o desafio tendo em conta, para além da sua óbvia classificação etária,
cinco critérios para a escolha dos títulos a figurarem no anunciado Plano Nacional de Cinema, como também para a definição do enquandramento, aos estudantes, da iniciativa:
filmes com
duração até 90 minutos, para a sua visualização, na íntegra, em apenas um bloco horário;
relevância histórica e/ou estética;
intemporalidade em termos de linguagem cinematográfica e/ou temáticas abordadas;
potenciadores de
cativação para a forma artística;
e, sobretudo,
esclarecedores do poder do Cinema enquanto veículo e forma artística privilegiada de
aprendizagem, consciencialização e inspiração.
Por ordem cronológica:
MENORES de 10 anos
Primórdios técnicos, emocionais e narrativos do Cinema, das formas elementares até às mais originais; protagonistas de imediata e espontânea empatia; exposição singular, mas formalmente adequada a esta faixa etária, da realidade.
Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902, Georges Méliès)
One Week (One Week, 1920, Edward F. Cline e Buster Keaton)
O Garoto de Charlot (The Kid, 1921, Charles Chaplin)
O Homem da Câmara de Filmar (Man with a Movie Camera, 1929, Dziga Vertov)
Silly Symphonies: Flowers and Trees (Silly Symphonies: Flowers and Trees, 1932, Burt Gillett)
Aniki-Bóbó (Aniki-Bóbó, 1942, Manoel de Oliveira)
Bambi (Bambi, 1942, David Hand)
O Balão Vermelho (Le ballon rouge, 1956, Albert Lamorisse)
Chronos (Chronos, 1985, Ron Fricke)
Microcosmos: O Povo da Erva (Microcosmos, 1996, Claude Nuridsany e Marie Pérennou)
MENORES de 15 anos
Percepção de temáticas e simbolismo em Cinema, através da compreensão de regras estéticas e, quando aplicável, da sua própria subversão; a abordagem cinematográfica a eventos históricos como forma de observar o presente.
O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920, Robert Wiene)
Nanuk, o Esquimó (Nanook of the North, 1922, Robert J. Flaherty)
O Couraçado Potemkine (Bronenosets Potyomkin, 1925, Serguei Eisenstein)
Pamplinas Maquinista (The General, 1926, Clyde Bruckman)
A Paixão de Joana d’Arc (La passion de Jeanne d’Arc, 1928, Carl Theodor Dreyer)
Tempos Modernos (Modern Times, 1936, Charles Chaplin)
O Carteirista (Pickpocket, 1959, Robert Bresson)
As Armas e o Povo (As Armas e o Povo, 1975, Colectivo de Trabalhadores da Actividade Cinematográfica)
Comboio de Sombras (Tren de Sombras, 1997, José Luis Guerin)
O Gigante de Ferro (The Iron Giant, 1999, Brad Bird)
MENORES de 18 anos
Exposição de conflitos morais, sociais, filosóficos e/ou humanos para a compreensão das sociedades contemporâneas, com o propósito de incutir e debater valores éticos (o bem e o mal, liberdade e tolerância, paz e guerra); observação de opções estéticas singulares, desde a origem da Sétima Arte até ao Cinema mais recente.
Finis Terræ (Finis Terræ, 1929, Jean Epstein)
L’âge d’or (L’âge d’or, 1930, Luis Buñuel)
Rashomon — Às Portas do Inferno (Rashômon, 1950, Akira Kurosawa)
Nuit et Brouillard (Nuit et Brouillard, 1955, Alain Resnais)
Horizontes de Glória (Paths of Glory, 1957, Stanley Kubrick)
Morangos Silvestres (Smultronstället, 1957, Ingmar Bergman)
O Acossado (À bout de souffle, 1960, Jean-Luc Godard)
Uma Abelha na Chuva (Uma Abelha na Chuva, 1971, Fernando Lopes)
Os Tempos de Harvey Milk (The Times of Harvey Milk, 1984, Rob Epstein)
Blackboards (Takhté siah, 2000, Samira Makhmalbaf)
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