Em tempos do filme "Oz: Mágico e Poderoso" nada melhor do que lembrar de um outro Oz (ou seria o mesmo?) de anos atrás!
No filme de 1939, Judy Garland dá vida a uma espevitada orfã, cujo sonho é viajar através do arco-íris, e descobri todo o colorido da vida, a qual ela julga ser melhor do que a vida "sem cores" da fazenda dos tios, na qual vive no Kansas. Um dia, para salvar seu cãozinho Totó, Dorothy foge de casa, e encontra-se com um falso vidente que a convence a voltar, mas no caminho de volta, eles se deparam com uma terrível tempestade, onde um tornado os leva, junto com sua casa para um reino mágico, governado por um mágico, de nome Oz. Lá, Dorothy encontra novos amigos (um espantalho cujo desejo é ter um cérebro, um leão que sonha em ter coragem e um homem de lata ansioso por um coração), bruxas boas e más, e criaturas fantásticas. Por uma estrada de tijolos amarelos e usando seus sapatinhos de rubis, Dorothy embarca com seus novos amigos numa aventura até a Cidade das Esmeraldas, em busca de Oz, para que ele lhe leve de volta para casa.
O filme foi indicado a 6 categorias, melhor filme, melhor direção de arte, melhor efeitos especiais, melhor fotografia - colorida, melhor trilha sonora e melhor canção original (Over the Rainbow), das quais, saiu vitorioso nas duas últimas.
Algumas curiosidades são bastante interessantes sobre os bastidores de "O mágico de Oz". Inspirado num conto infantil de L. Frank Baum, a quantia paga pelos direitos foi recorde para a época, em torno de US$ 75 mil. O filme contou com 4 diretores, entre demissões e desistências, os créditos ficaram com Victor Fleming (o mesmo diretor creditado em "E o vento levou..."). A atriz Gale Sondergaard havia sido escalada para o papel da bruxa má do Oeste, mas quando os produtores resolveram que a personagem devia ser feia, e não glamorosa como a primeira idéia, a atriz desistiu do papel. A famosa estrada de tijolos amarelos seria verde, se não fosse pelo fato da tonalidade amarela ficar melhor em Technicolor. Diferente do livro, o mágico de Oz possui dois olhos, e não apenas um. A música que levou o Oscar, "Over the Rainbow", seria originalmente cantada na cena em que Dorothy está encarcerada no castelo da bruxa má do Oeste. A cena chegou a ser gravada pela Judy Garland, que chorou espontaneamente devido à tristeza da tomada, porém essa cena acabou ficando de fora da edição final. Os famosos sapatinho de rubi de Dorothy são na verdade quatro pares. Um deles foi leiloado em 2011, outro par está no museu Smithsonian, em Washington, outro é propriedade privada e o quarto foi roubado do Museu Judy Garland, em Minnesota. Os sapatos são considerados os objetos mais famosos do mundo, ícones da cultura pop. E uma curiosidade interessante para a época, foi o uso de tons de sépia para retratar a vida "sem cores" de Dorothy no Kansas, e os tons coloridos de Technicolor nas tomadas no mundo de Oz. O filme é atemporal, tem efeitos de câmera avançados para a época, e o uso do Technicolor é um "plus" a mais, sendo uma explosão de cores, ao entrar no mundo de Oz. Pode-se dizer inclusive que o filme foi pioneiro no mundo do cinema colorido, tendo uma fotografia grandiosa. O roteiro por ser baseado em uma história infantil é leve e indicado para todas as idades, mas se engana quem assiste o filme com essa idéia, e não percebe a mensagem por trás da história, e a lição de vida que transborda da tela. Não busque em alguém o que você mesmo pode fazer por você, basta acreditar. O roteiro é bacana, com cronologia bem feita e as passagens mais importantes do livro não foram esquecidas. Para os que não gostam de musicais, não indico, pois as músicas dão vida ao filme, aparecendo em diversas cenas. O que às vezes atrapalha o perceber da atuação dos atores é a caracterização, por vezes exagerada, que "rouba" atenção em algumas cenas, mas não chega a prejudicar o andamento do filme. Independente de qualquer curiosidade e nova adaptação no cinema, o fato é que "O mágico de Oz" de 1939 marcou geração, fez história, encantou crianças e adultos, e trouxe algumas das mais memoráveis cenas e frases de todos os tempos. Por isso, deixe-se levar pela estrada de tijolos amarelos, e quem sabe descubra o que há além do arco-íris... mas sem perder de vista que não há lugar melhor do que a casa da gente...
Trailer do filme:
FICHA TÉCNICA
Diretor: Victor Fleming
Elenco: Judy Garland, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Frank Morgan, Bilie Burke, Margaret Hamilton, Charley Grapewin, Clara Blandick.
Produção: Mervyn LeRoy
Roteiro: Noel Langley, Florence Ryerson, Edgar Allan Woolf
Fotografia: Harold Hal Rosson
Trilha Sonora: Harold Arlen, George Bassman, George Stoll, Herbert Stothart
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