
Não tem muito como contar a história do filme sem entregar detalhes, então o máximo que posso dizer é que o Leonardo é um ladrão que rouba segredos, entre outras informações, e/ou planta idéias ou lembranças se infiltrando nas mentes das pessoas pelos sonhos, serviço geralmente feito para se descobrir segredos de grandes empresários. Ele lidera uma equipe que tem o Joseph Gordon Levitt, aquele clone feiosinho do Heath Ledger que fes 500 Dias Com Ela, o Tom Hardy, que virou manchete dos tablóides por dizer que faz sexo gay (quem não faz em Hollywood...), entre outros. Tem também o Ken Watanabe, de O Último Samurai, que queria se infiltrar na quadrilha de ladrões.
Dessa vez ele é contratado construir memórias na cabeça de um jovem herdeiro, feito pelo Cillian Murphy (que depois de Café da Manhã Em Plutão vai ter sempre cara de travesti pra mim), e para lhe guiar, ele precisava da ajuda do sogro, o Michael Cane, que dispensa apresentações. Ele então o sugere a ajuda da Ellen Page (a chatinha insuportável da Juno), uma jovem estudante de arquitetura para ajudar a criar essas idéias na cabeça do infeliz.
Só que o próprio Leo é atormentado pelos constantes sonhos com a sua falecida esposa, feita pela Marion Cotillard. Marion tá uma diva noir, aquela coisa femme fatale, que acho que só Angelina Jolie hoje em dia faz jus ao termo. E a Marion conseguiu captar (e transmitir) essa característica. Engraçado como as estrelas são dependentes dos figurinistas e maquiadores dos filmes. Ficam lidas nos filmes, mas poucas conseguem repetir o mesmo nos tapetes vermelhos.
O filme me lembrou muito Matrix e Vanilla Sky, por essa confusão toda de sonho dentro de outro sonho, que sonhava com outro sonho... A coisa toda de manipular lembranças lembra um pouco Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças também. Mas ao contrário de Matrix, que dá uma explicação plausível pro delírio todo, mesmo que só faça sentido dentro daquele universo paralelo lá deles, eu não senti isso vindo de Inception. Mas ambos têm a mesma mensagem no fim, refletir se aquilo que vemos, vivemos e sentimos é real, ou tudo fruto do lindo mundo da imaginação.
Acho de fato que tem tanto sonho, que o Nolan se perde na hora de voltar tudo, de rebobinar as idéias. Ou então isso foi intencional, já que o final é aberto. Outra coisa que me intrigou é o fato da Marion fazer mulher do Leo e filha do Michael com aquele sotaque macarrônico dela. O sotaque é sempre um charme, e sempre bom ver que Hollywood cada vez menos se importa com a presença de estrangeiros, mas ficou no ar a falta de explicação, o que não faz diferença pro filme, mas é curioso. Eu gostaria de poder falar mais, mas seria entregar a trama, então se alguém tiver interesse, o espaço dos comentários está aberto a debates.
O fato é que o filme já é um dos melhores do ano e com sobras. E dois deles com o Leonardo DiCaprio (que também esteve no Ilha do Medo). E ele provavelmente vai repetir o mesmo feito de 2007, estrelando dois grandes filmes e nas premiações se dividir entre eles, e acabar não levando nada. Mas com certeza Inception já vai estar nas premiações com suas indicações a melhor filme, roteiro, efeitos especiais, edição e som asseguradas e, quem sabe, uma de direção pro Christopher e mais algumas de elenco. Aguardemos.