Frost Nixon
Nota: 8,5
Ron Howard é um diretor de peso na Hollywood atual. Ele começou como estrela infantil. Cresceu e não era mais “bonitinho” como antes, então trocou a carreira de ator por diretor e produtor. Tem no currículo filmes como Splash – Uma Sereia em Minha Vida, Cocoon, Apolo 13, A Luta Pela Esperança, O Código Da Vinci e Uma Mente Brilhante, que lhe deu o Oscar. O novo filme dele tem um tema que pra mim não é dos mais interessantes. É sobre o presidente republicano Richard Nixon. Mas eu me surpreendi! Gostei desse filme...
Desta vez, não é uma biografia. Uma adaptação da peça homônima para as telas, como a mesma dupla de protagonistas, é uma reconstrução (meio making of) da famosa entrevista que Nixon (feito pelo Frank Langella, premiado ator de teatro, que já fez vários filmes que eu já vi como coadjuvante, mas eu nunca tinha prestado atenção) deu para o até então comediante David Frost (Michael Sheen, que fez o Tony Blair, em A Rainha, Anjos da Noite, Wilde, entre outros).
O filme tenta mostrar dos dois ângulos a importância dessa entrevista. Para Frost, era um desejo pessoal, mas como apresentador de programas de auditório, era desacreditado para fazer esse tipo de entrevista e teve enormes dificuldades para conseguir financiamento e transmissão. E para Nixon, era importante para limpar sua imagem pública depois de renunciar a presidência. Começa assim então uma entrevista que foi uma verdadeira briga de cachorro grande.
Respeitado como Ron Howard é, conseguiu reunir um grande elenco. Kevin Bacon (Footloose, Questão de Honra, Garotas Selvagens, Sobre Meninos e Lobos), faz o rotweiller fiel do Nixon, Matthew Macfadyen (Orgulho e Preconceito, Morte no Funeral) é o produtor da entrevista, Sam Rockwell (Inocência Rebelde, À Espera de Um Milagre) e Oliver Platt (Casanova, Kinsey) são os pesquisadores dos podres de Nixon, e pra enfeitar o ambiente, temos a Rebecca Hall (muito mais bonita aqui do que em Vicky Cristina Barcelona) como Caroline Cushing, o relacionamento que Frost desenvolve durante o período, mas tem quase nada de relevante na história.
Apesar de o filme tentar humanizar Nixon um tanto para que ele não pareça um total monstro despótico, o filme é sim uma forma de evidenciar todas as negligências e abuso de poder que ele praticou no seu mandato. Ron Howard, que é um democrata de carteirinha, não ia perder essa oportunidade. O resultado até agora são 5 indicações ao Globo de Ouro (Filme Drama, Diretor, Ator Drama – Langella, Roteiro e Trilha Sonora).