Seção CINEMA // Crítica Lua Nova
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Seção CINEMA // Crítica Lua Nova


Lua Cheia de Amor: Quem Tem Medo do Lobo Mau?

A Saga Crepúsculo: Lua Nova // The Twilight Saga: New Moon


Nota: 5,5


Como o dinheiro move montanhas, e há mais livros continuando com a história, mesmo que má e porcamente pelo andar da carruagem, os estúdios não perderiam a oportunidade de arrancar dinheiro do bolso de adolescentes fanáticas que ainda não sabem diferenciar arte de comércio, e gente como eu que pagam só pra ter argumento pra meter o pau. Porque, sinceramente, a história do primeiro, que dizem ser menos fiel ao livro, que eu não li e jamais lerei, é muito superior. Só peca quando cai naquela babaquice de mordida, sangue, veneno, a luta do bem e do mal, espada de Greyskull, etc. e tal. E aqui é praticamente só isso que tem. O pouco que difere disso e lembra o primeiro filme não convence. Ainda mais porque todas as personagens mudam seus comportamentos.

Bom, depois do final feliz do primeiro filme, a história continua no aniversário da Bela. Ela acidentalmente se corta com um papel de presente e provoca tumulto na casa do vampiro-purpurina, que brilha ao sol feito a Priscilla no deserto. É aí que Pattinson realiza que o relacionamento é inapropriado e dá um pé na bunda na coitada, no meio da floresta. Ela já devia ter feito uma sangueroska e dado pra esse povo faz tempo, francamente... Com sangue de galinha mesmo, eles nem iam notar a diferença. Aí ela dá adeus à menina segura, decidida e independente e vira uma espécie de Penélope Cruz em Vicky Cristina Barcelona, sem o furor latino. Uma mulherzinha histérica e descontrolada, fazendo merda a torto e direito, gritando feito uma louca noite adentro por causa de um pesadelo à toa. A feminista virou donzela de conto de fada. Eu a tinha jogado no hospício de Garota Interrompida do lado da Angelina Jolie. Ela ficava boa do fricote logo, logo.

A Kristen cada vez mais me lembra a Jodie Foster. Em todos os sentidos, se é que vocês me entendem... E ainda fazendo par com o Pattinson, que é canastrão até nos músculos desenhados com maquiagem (foto acima), é que fica mais difícil de digerir o motivo de tanto deslumbramento. Imagina o bafo de sangue de cavalo que ele deve ter... No primeiro colou, mas dessa vez tem concorrência. E desleal. Então não dá pra engolir o romancezinho adolescente. Ainda mais porque são adolescentes (ela, no caso, ele é mais velho até do que o Nino do Castelo Rá-Tim-Bum, só não envelhece). Mudam de opinião como quem muda de roupa.

Após o abandono ela "busca esquecer" o purpurina reformando uma moto velha com ajuda do Jacob, feito pelo Taylor Lautner, o cabeludo cafona do primeiro filme, e ali floresce uma nova paixão. O filme extrapola o nível do fantasioso. Quando um jovem musculoso e bronzeado (mesmo morando no frio e chuvoso estado de Washington) aparece seminu no quarto de uma adolescente de 17 anos, e claramente há atração física entre eles, o que acontece? Pois é, só aqui que não acontece nada... É muita pureza pra minha hipocrisia. Nem a filha da Sarah Palin lá no Alasca (provavelmente por muito menos) deixou passar, quanto mais esses dois.

Só que o que ela descobre depois é que o novo peguete dela é lobisomem. Na boa, essa menina é um imã de esquisitice. No próximo filme deve ter o encontro do Papai Noel com Coelhinho da Páscoa, só pode. Pé Grande, Múmia, Frankenstein, Penadinho, todo mundo na fila pra aparecer também. Saci Pererê e Mula Sem Cabeça não chegam lá porque é longe e frio. Qualquer dia também vai encontrar os smurfs, porque ela não é Chapéuzinho Vermelho, mas adora se enfiar num mato. E só encontrou vampiro e lobisomem até agora. Já dá pra soltá-la na Amazônia, porque pra quem encara vampiro e lobisomem, sucuri e onça pintada ela tira de letra.

O outro filme era menor, de baixo orçamento, e com o sucesso ganhou mais verba pras seqüências, tiraram a diretora e trouxeram o diretor de A Bússola de Ouro, expandiram o elenco, contrataram a Dakota Fanning, que era adorável em Uma Lição de Amor, e agora tá crescendo e me lembrando um pouco as gêmeas Olsen, e o Michael Sheen (foto acima), de Frost/Nixon e A Rainha, mas os efeitos especiais continuam ruins. Nenhum dos lobisomens parece real. Parecem personagens de vídeo game. E logo no começo, quando a Bela tira uma foto dos amigos, o efeito que fizeram no visor da máquina é péssimo. A maquiagem melhorou pouca coisa só.

O roteiro tampouco ajuda. Tem uns diálogos tenebrosos e umas cenas sem pé nem cabeça. A cena da Bela deprimida no quarto fazendo nada enquanto o tempo passa e ela pensa na morte da bezerra, foi muito melhor feita há 10 anos atrás em Um Lugar Chamado Notting Hill, com o Hugh Grant andando por uma feira enquanto as estações mudam. E ainda tinha o Ronan Keating cantando "When You Say Nothing At All" de trilha incidental, pra dar mais charme. Ou é "Ain't No Sunhine", não lembro mais... Faz dez anos já. Outra coisa que eu não entendo é por que em todo filme que alguém foge vai parar no Rio. Já virou esconderijo oficial de Hollywood. Pelo menos esse gênero é prato cheio pra tirar sarro. Continuarei a ver as seqüências pra ainda ter muito deboche pra escrever!



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