Entrando Numa Fria
Meu Primo Vinny é sobre dois jovens viajantes que são presos no Alabama por um assassinato que não cometeram. Um deles é o Ralph Macchio, o Karatê Kid, já com uns 30 anos e com a eterna cara de 15. Enfim, o Ralph rouba por acaso uma lata de atum, e ao serem presos ele assume a culpa, sem saber de qual crime está sendo acusado. Sem dinheiro, eles precisam de um advogado pra defendê-los, e acabam recorrendo ao primo do Ralph, o Vinny, que é feito pelo Joe Pesci, de Esqueceram de Mim, e vencedor do Oscar por Os Bons Companheiros.
Ele chega à cidade com sua extravagante noiva Mona Lisa, feita pela Marisa, bem aos moldes Sonia Braga. O que eles não sabem, é que ele levou 6 anos pra conseguir a licença para advogar, e não sabe nem o que trajar num tribunal, o que não só os leva ao desespero, mas a sua noiva também, já que ele a prometeu que se casariam após ele vencer sua primeira causa.
O filme é uma comédia que conquistou minha simpatia. Não apela pra piadas chulas, nem preconceituosas. Achei que tem alguns furos, e coisas bem “lugar comum”, como o final, que todo mundo já imagina qual será, mas não sabe ao certo como vai ser. É nesse como vai ser que reside o problema. As coisas acontecem muito de repente, como num passe de mágica, como o patinho feio que vira cisne em comédia romântica, a fim de conquistar o coração do seu amado, que nunca a enxergou antes. Como se alguém só pudesse ser notado pela beleza... Já mudei de assunto!
A Marisa se sai bem, num papel de ítalo-americana espalhafatosa, espetaculosa, naquela coisa bem Sonia Braga em Luar sobre o Parador, meio Viúva Porcina, Rubra Rosa ou Amapola Ferraço. Esses papéis de mulheres excêntricas e de personalidade forte sempre chamam muita atenção para si, apesar de ela ser mais compreensiva do que barraqueira. E nem tem nada de burra. E eu acho esquisito uma mulher dessas ficar noiva de um advogado de porta de cadeia. Ela poderia se casar facilmente com um petroleiro cafona do Texas e viver de madame pro resto da vida.
Conclusão: Discordo da alegação. Gostei do trabalho dela, apesar de achar um tanto “ingênuo e cru”, porque ela era uma atriz inexperiente na época, mas ela é a alma do filme, rouba as cenas do Joe Pesci, o protagonista, que tem a maior parte das deixas cômicas, e ela poderia não ter sido a melhor das cinco indicadas, mas com certeza já vi muita coisa pior ser premiada. Anna Paquin, um ano depois, ganhou só por ser adorável e sapeca. O mesmo pra Tatum O’Neal. Contudo, eu posso dizer que o discurso de agradecimento dela só não foi o pior que eu já vi, porque eu vi (ao vivo ainda por cima...) o da Marion Cotillard, do James Cameron e o do Benigni. Nem incluo a Tatum na lista porque ela tinha uns 10 anos na ocasião.