Bom, vi esse filme mais embalado pela vitória do Mickey Rourke no Globo de Ouro. O tema de fato não me interessa nem um pouco. Não sou fã de lutas, e acho o vale tudo de uma selvageria e ignorância ímpares. Um verdadeiro retrocesso. Darren Aronofsky é um bom diretor, mas não consegui ver inteiro o último filme dele, Fonte da Vida, de tão chato e confuso que é. Um filme dele que gosto muito é Réquiem por Um Sonho de 2000, com Ellen Burstyn, Jared Leto e Jennifer Connelly no elenco. A história sobre vícios é densa, envolvente e nos faz pensar. Eles fez outro bem famoso e controverso, PI, que eu ainda não vi.
No filme, Mickey Rourke faz um lutador de vale tudo em decadência. Já na meia-idade, ele é solitário e falido financeiramente. Se apaixona por uma stripper (Marisa Tomei), que se recusa a se relacionar com ele, por ele ser um cliente, e tem uma filha (Evan Rachel Wood) que o despreza por ele a ter abandonado. Quando sofre um ataque cardíaco, ele se vê obrigado a largar a última coisa que lhe motiva a viver, o vale tudo.
Bem, a história é comovente, mas pra mim é difícil de me tocar. O mundo do vale tudo não me é atraente de forma alguma. Como não podia deixar de ser, há cenas de luta durante o filme, e eu odiei todas, principalmente a segunda, que é mais hardcore. O cara é carismático, simpático, conquista o público desde o início, apesar do aspecto asqueroso. Ele cometeu muitos erros na vida e paga caro por eles. E é nisso que o filme se foca. A que se apegar na vida quando não há nada nela?
Bom, o filme marca a volta do Mickey Rourke, que foi um ator de sucesso nos anos 80, foi símbolo sexual principalmente pela sua figura de bad boy e pelo filme 9 e ½ Semanas de Amor. Depois ele fez uns filmes menores, rejeitou boas oportunidades e acabou largando a carreira pra se dedicar a outra paixão: lutar boxe. Não precisa nem dizer que foi a sua ruína... Não teve êxito, se afundou nas drogas, fraturou o rosto diversas vezes, fez muitas plásticas, acarretando nessa figura disforme e incômoda de se ver na tela. E caracterizado de lutador, então, virou praticamente Mun-Rá. Depois de perder praticamente tudo, acabou voltando às telas. Fez alguns filmes passando meio que despercebido, até aparecer Sin City, que foi um sucesso, mas esse aqui é o que realmente marca sua volta, que segundo Rubens Ewald Filho, ninguém queria de volta. Deveria ter permanecido a bela lembrança do que foi outrora.
Foi premiado com o Globo de Ouro, e eu sinceramente não concordei com a escolha. Apesar de ser um grande trabalho, não o achei superior aos demais concorrentes, e ele interpreta praticamente a si mesmo. A história é parecida. Ele até dá um discurso próximo ao fim do filme que parece que é ele mesmo quem está falando. Esse eu acredito que foi o maior momento do filme, e com certeza o que deve mais comover durante a projeção. Ele agora é por enquanto o favorito ao Oscar. As coisas talvez mudem com os resultados do SAG, que são a maior parte dos votantes da Academia.
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