Batman – O Cavaleiro das Trevas // The Dark Knight
Nota: 9,0
Ganhamos no trabalho ingresso pra pré-estréia do novo filme do Batman. Com direito a pipoca e refrigerante. Coisa ruim... Fomos todos juntos ver o filme. Sempre assisti filmes de super-heróis. Sempre gostei deles também. Mas vendo a devoção de tantas outras pessoas pelo gênero eu só posso deduzir que não sou exatamente fã. Acho que a melhor definição seria simpatizante. Vi todos os filmes do Batman e esse talvez seja o que eu mais tenha gostado. Pra ser sincero não lembro mais do enredo de nenhum deles, só do elenco e dos vilões de cada um. E dos diretores também.
Dessa vez volta o Coringa, que esteve no primeiro filme, nos anos 80, feito pelo Jack Nicholson. Aqui ele é feito pelo falecido Heath Ledger. O Heath é um caso a parte que no final eu falo melhor sobre ele. Na história o Coringa se oferece à amedontrada máfia de Gotham City para matar o Batman, para que eles possam continuar seus crimes como outrora. O filme é continuação do Batman Begins, e tem praticamente o mesmo elenco. A ausência é a Katie Holmes, que deve ter sido proibida de fazer a produção pelo seu marido, o biruta-mor de Hollywood, Tom Cruise. Talvez tenha sido pela gravidez também, mas acho que a produção foi feita depois de ela dar a luz. Sabe-se lá. Enfim, ela foi substituída pela Maggie Gyllenhaal (irmã do meu sósia Jake Gyllenhaal, como vocês podem ver em alguns posts mais abaixo), que fez Sherrybaby, O Sorriso de Monalisa, etc.
Duas coisas me chamam atenção no filme. A primeira: Qual pessoa em sã consciência moraria
Segunda: O verdadeiro herói de toda essa saga é o Alfred, feito pelo consagrado Michael Caine. Ele deve ser extremamente bem pago. É um mordomo cultíssimo, que administra toda a vida do patrão, arruma a casa, cozinha, lava e passa o terno de metal vampiresco Gucci do Christian Bale (vulgo Bruce Wayne), faz a manutenção da parafernália tecnológica lá, faz a revisão do batmóvel, recita filosofia aos 4 ventos, é terapeuta do nosso herói e tudo isso mancando de uma perna. Eu quero ser assim quando eu crescer!
O mais importante de tudo é que o filme diverte, dentro do universo proposto pela história. Tudo que Indiana Jones 4 deveria ser e não é. Eu achei esse um tanto mais sombrio, com menos humor e mais dramático que todos os outros, especialmente o primeiro da era Tim Burton e o pior de todos lá, o que tinha a Hera Venenosa. Talvez um estilo mais parecido com Batman, O retorno. Eu lembro que vi esse filme no cinema quando criança. Fiquei com medo e fiz minha mãe sair da sala comigo logo no começo. Depois a gente ficou horas esperando meu pai e meu irmão saírem do filme. Talvez se eu assistisse esse naquela época eu teria pesadelos horríveis.
Heath Ledger
Esse foi o último filme feito pelo australiano antes de ele sofrer a overdose acidental de medicamentos. Dizem que ele ficou realmente perturbado fazendo o filme, que o vilão exigiu demais dele. O que se pode dizer é que o resultado do trabalho dele é excelente. A melhor frase do filme vem dele. Na verdade está impressa em um carro dele. Matar de rir é o melhor remédio. E o humor ácido, negro desse Coringa causa essas reações no público.
Ele realmente soube como não se comparar com o trabalho do Jack Nicholson. O seu Coringa é mais sarcástico e cruel. É mais frio e sempre a beira do colapso nervoso. Da real loucura. Claro que combinando perfeitamente com o clima dessa produção do Christopher Nolan, que é muito mais gótica do que a do Tim Burton, que era mais caricata, menos caótica e tinha mais humor. Ambos estilos louváveis. Ambos são releituras diferenciadas da HQ. Só acrescentam e enriquecem a obra. E o Heath tem seus méritos claros nisso.
Sua interpretação é a melhor do elenco. Tanto que muitos críticos já o apontam como possível vencedor do Oscar de coadjuvante próximo ano. Ele dá vida ao filme. A gente sempre espera ele reaparecer pra ver o que ele tem pra aprontar. E normalmente é essa a característica principal do trabalho do Heath. Eu adorei tudo que ele fez, desde os mais bobos como 10 Coisas que Eu Odeio em Você e Coração de Cavaleiro, como os mais sérios como Brokeback Mountain e A Última Ceia. Talvez o melhor profissional da sua geração. Provavelmente ele agora será lembrado como um James Dean contemporâneo, mais um jovem talento que se perde nas perdições da indústria.