Um sem razão, a outra sem juízo
Cinema

Um sem razão, a outra sem juízo


Nota: 8,0

Depois de Match Point, parecia que Woody Allen tinha mudado de fase, com um filme mais denso, enveredando-se pelo drama, mas Scoop veio pra provar o contrário. O filme foi dilacerado pela crítica, mas não sei bem porque. Não é um filme ruim. É uma comédia leve, com o humor peculiar do Woody Allen, e que tem sempre aquelas piadas sem graça, mas que pelo menos não incomodam, nem constrangem.

O filme narra uma jornalista totalmente estabanada chamada Sondra, interpretada pela sempre linda Scarlett Johansson, que vive tentando escrever aquele furo de reportagem, aquela matéria sensacional, mas... Num dia desses, ela vai a um show de um mágico americano, o Woody Allen, no caso, fazendo o mesmo papel de lesado que ele sempre faz em seus filmes, e ela acaba sendo voluntária em um de seus números. É nesse momento que ela recebe a visita de um espírito, o Ian McShane, do seriado Deadwood, que lhe revela o nome do serial killer que está atacando no momento em Londres. Esse é o Scoop, ou o grande furo do título do filme. Intrigada com a revelação, ela acaba tentando investigar o caso, com ajuda do Woody, ou seja, a dupla dinâmica, Boneca e Jamanta. Os dois juntos são de uma demência sem tamanho. Overdose de estupidez.


A pista dada pelo Penadinho acaba levando os dois até o Hugh Jackman, mais conhecido como Wolverine do X-Men, que faz parte da mais alta sociedade londrina. Só que a topeira da Scarlett acaba se apaixonando pelo homem, antes mesmo de averiguar a veracidade dos fatos. Aí já viu né, dificultou tudo... No terço final do filme parece que ele vai se encaminhando para ter um final igualzinho ao do Match Point, o que levaria o filme a nada na minha conceituação, mas, porém, entretanto, todavia, ele dá uma viradinha e se salva do afogamento. Literalmente...

Enfim, o filme é um bom entretenimento, é engraçadinho, mostra peculiaridades do povo britânico, é bem dirigido, bem interpretado (com exceção do Woody, que é um bom produtor, muito bom roteirista e excelente diretor, mas como ator é execrável), e tem até uma liçãozinha de moral no fim, mas não é nada demais. Woody já fez coisas melhores, mas até mesmo um filme fraco do Woody consegue ser bem acima da média das besteiras que arrecadam milhões por aí afora.




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