Cinema
* Seleção Oficial do Festival de Veneza 2007
Sinopse
Gabrielle Deneige tem 25 anos e vive em Lyon com sua mãe Marie, que a criou sozinha, cercada por muitos livros. Inteligente e charmosa, Gabrielle trabalha no canal de televisão a cabo local. Um dia, ela conhece o grande escritor Charles Saint-Denis, durante o evento de promoção do novo livro dele. Homem bem-apessoado e reconhecido, ele não encontra dificuldades em seduzir a jovem, apesar de ser casado e de ser trinta anos mais velho. Aos poucos, no entanto, percebe que se apaixonou profundamente e que terá que disputar seu amor com Paul, um jovem milionário e desequilibrado.
Título original: La Fille coupée en deux / The Girl Cut in Two
2007, Alemanha / França.
115 min, Color, Dolby Digital.
Gênero: Comédia
Classificação:
Direção: Claude Chabrol
Roteiro: Claude Chabrol, Cécile Maistre
Produção: Patrick Godeau
Fotografia: Eduardo Serra
Montagem: Monique Fardoulis
Musica: Matthieu Chabrol
Site: www.lafillecoupeeendeux.com
Elenco
Ludivine Sagnier - Gabrielle Aurore Deneige
Benoît Magimel - Paul André Claude Gaudens
François Berléand - Charles Saint-Denis
Mathilda May - Capucine Jamet
Caroline Sihol - Geneviève Gaudens
Marie Bunel - Marie Deneige
Valeria Cavalli - Dona Saint-Denis
Etienne Chicot - Denis Deneige
Entrevista com Claude Chabrol
O ponto de partida é um célebre crime de amor: o assassinato do arquiteto do Madison Square Garden...
Sim, se tratava de Stanford White, um arquiteto de Manhattan muito famoso no final do século XIX, também famoso por ser um grande sedutor. Ele foi assassinado em plena fama, em 1906, pelo esposo de sua amante do momento, Evelyn Nesbitt, uma atriz de music-hall.
Este assassinato teve alguma adaptação literária ou cinematográfica antes de Uma Garota Dividida em Dois?
No romance Ragtime, E.L. Doctorow faz alusão ao ocorrido, da mesma forma que Milos Forman no filme inspirado pelo livro. Mas, sobretudo, foi feito La Fille Sur La Balançoire, (filme) de Richard Fleishcer, em 1955, que reconta fielmente o fato.
É a primeira vez que você colabora com Cécile Maistre, sua fiel primeira assistente, em um roteiro.
Pensei imediatamente que ela seria perfeita para essa história. Ela escreveu um roteiro formidavelmente bem construído que eu mal o modifiquei! É muito raro que o processo ocorra dessa maneira com um co-roteirista.
O que interessava a você e Cécile Maistre nesse caso?
Nós desejávamos nos deter na realidade mesma desse fato para sublinhar, um pouco à maneira de um entomologista (aquele que estuda os insetos), o que ela revela de enorme sobre a natureza humana! Então, nos pareceu essencial de transpor completamente este fato, sem nos preocuparmos de forma alguma com o lugar, a época ou a psicologia dos personagens reais. Além disso, eu diria mesmo que este caso é mais facilmente concebível – e, então, passível de ser recontado – hoje do que na época em que ele ocorreu.
No filme, há um de seus temas preferidos: a violência das relações de classe.
Temos no filme o afrontamento de duas classes sociais: a dos grandes proprietários tradicionais, representados pelos personagens de Caroline Silhol e Benoît Magimel e a dos falsos poderosos – os personagens da televisão e da edição que comandam somente o poder temporal.
Cada um dos personagens é percebido pelo outro através de um prisma deformado...
Exatamente. Eles têm, além disso, um prisma deformado em face deles mesmos, uma vez que eles são, na maior parte do tempo, extremamente indulgentes com seus próprios egos. É ainda mais verdadeiro no personagem de Benoît Magimel, mais louco que os outros: um esquizofrênico autêntico, dividido entre inocência e culpabilidade. Ele matou seu irmão na banheira quando ele era crinça? Não saberemos jamais...
Onde se situa Gabrielle Deneige, que interpreta Ludivine Sagnier?
Ela ainda é íntegra, mas tentada a se dividir. É por isso que ela encarna plenamente a ‘garota dividida em dois’ do título. Gabrielle é uma jovem garota inocente em sua credulidade. Eu adoro a cena em que ela vai, com uma pluma entre as nádegas, até o escritório de Saint-Denis: este lhe pergunta se ela não se sente humilhada e ela lhe responde que nem mesmo se sente ridícula! É uma prova magnífica de aptidão própria, e é justamente isto que seu ambiente não pode suportar.
Pode-se dizer que o personagem de Berléand é um oportunista do prazer?
Ele busca o prazer onde o prazer está, mas não é um personagem fundamentalmente antipático por isso. Creio que ele tem razão de se colocar a questão de saber se nossa sociedade se encaminha para o puritanismo ou a decadência.
O ritmo é muito particular. Como você trabalhou a montagem?
Como o longa se chama Uma Garota Dividida em Dois, eu queria que a noção de ruptura aparecesse sem cessar. Freqüentemente, as seqüências são interrompidas antes de suas conclusões naturais ou, pelo contrário, se prolongam além do que poderíamos esperar. Mas não há intenção de tolher a imaginação.
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Uma garota divivida em dois
Imovision apresenta
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Um filme de Claude Chabrol
ESTRÉIA EM 18 DE JULHO
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Título original: La Fille coupée en deux / The Girl Cut in Two
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Sim, se tratava de Stanford White, um arquiteto de Manhattan muito famoso no final do século XIX, também famoso por ser um grande sedutor. Ele foi assassinado em plena fama, em 1906, pelo esposo de sua amante do momento, Evelyn Nesbitt, uma atriz de music-hall.
Este assassinato teve alguma adaptação literária ou cinematográfica antes de Uma Garota Dividida em Dois?
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É a primeira vez que você colabora com Cécile Maistre, sua fiel primeira assistente, em um roteiro.
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Pode-se dizer que o personagem de Berléand é um oportunista do prazer?
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