VAZIO S/A ASSINA INTERVENÇÃO QUE TRANSFORMA ANTIGO SÓTÃO DO CINE THEATRO BRASIL EM ESPAÇO EXPOSITIVO
Belo Horizonte, 26 de Outubro de 2015 - O escritório de arquitetura Vazio S/A apresentou um projeto de intervenção no antigo sótão do Cine Theatro Brasil Vallourec, transformando o que hoje é um grande vazio arquitetônico entre o teto inclinado da plateia e a laje do salão em um espaço expositivo. A intervenção integra a exposição “Habitáculo“, entre 28/10 e 20/12, curadoria de Fabíola Moulin e Marconi Drummond e obras dos artistas e arquitetos O Grivo, Micrópolis, Nydia Negromonte e Wilson Baptista.
“Nosso projeto tem como objetivo ativar um lugar imaginário: o idiossincrático espaço contido entre as tesouras e o teto originais. Funcionando como um exercício de arqueologia estrutural, a proposta exalta o aspecto plástico das tesouras, realça o teto escalonado da plateia e recupera o telhado de duas águas do projeto arquitetônico original de 1930, de Alberto Murgel”, afirma Carlos Teixeira, arquiteto-diretor do Vazio S/A.
Detentor do título de maior cinema do país por alguns anos, o Cine Theatro Brasil foi construído em 1932 na Praça Sete, Centro de Belo Horizonte. Pesado e elegante a um só tempo, seu volume art déco marcava presença como um dos maiores edifícios da cidade, sendo que na década de 1950 outras esquinas da Praça receberiam dois prédios também emblemáticos: o Banco da Lavoura (Álvaro Vital Brasil, 1950) e o Banco Mineiro (Oscar Niemeyer, 1953).
O cinema entrou em decadência na década de 1990, ficou fechado por décadas e foi reinaugurado como centro cultural em 2013 como “Cine Theatro Brasil Vallourec”. Patrocinadora do espaço, a Vallourec restaurou o cinema e construiu um salão de eventos acima da plateia, o que gerou um grande vazio arquitetônico entre o teto inclinado da plateia e a laje do novo salão. Portanto, um dos quarteirões mais densos e simbólicos da cidade tem hoje um enorme vazio sem função, a não ser a de preservar a memória das tesouras de concreto armado que antes cobriam o edifício original.
Sobre Vazio S/A –www.vazio.com.br
Vazio S/A Arquitetura e Urbanismo mistura prática e pesquisa. Para o estúdio, a visão integrada das disciplinas de desenho — arquitetura, paisagismo e urbanismo — é uma estratégia fundamental numa época de desafios impostos pelas dinâmicas da ecologia e pela própria complexidade das cidades. Seja no desenho de móveis ou no projeto de residências, equipamentos culturais e edifícios comerciais, prevalece no escritório a interdisciplinaridade. Buscamos uma postura propositiva e ativa em questões próprias dos problemas da arquitetura: uma visão da informalidade, dos vazios e do mercado como algo que possa nos indicar novos projetos e oportunidades. À visão de uma prática de escritório convencional (casas, edifícios comerciais, desenho urbano etc) está associada a experimentação através de concursos de arquitetura, publicações, parcerias com grupos sociais e artísticos, e intervenções urbanas efêmeras que discutem novas relações entre a cultura contemporânea e a arquitetura. Vazio S/A já recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles o influente Architectural Review Emerging Architecture Award; tem projetos construídos no Brasil, Canadá e Inglaterra; e tem participado de importantes mostras de arte e arquitetura, como a Bienal de Arquitetura de Veneza e a Bienal de Arte de São Paulo. Dentre as últimas obras de arquitetura concluídas está Montevidéu 285, edifício de apartamentos projetado e incorporado pelo estúdio. Projetado por um consórcio de arquitetos e o Vazio S/A, e construído pela Prefeitura de BH, H3O é um parque de esportes e lazer conjugado com um grande centro comunitário na favela da Serra, o maior assentamento informal (50.000 habitantes) da cidade. Outros dois projetos em obras são o residencial Edifício VDA (2015) e a Casa Moeda (2015).