Crítica - Cirque du Freak: The Vampire's Assistant (2009)

Ao contrário de ?Twilight? ou ?New Moon?, ?Cirque du Freak: The Vampire's Assistant? não conseguiu aproveitar devidamente as extravagantes potencialidades comerciais dos vampiros, infelizmente também não conseguiu aproveitar as inúmeras potencialidades qualitativas desta temática, uma dupla situação negativa que originou uma produção medíocre que decepcionou o público-alvo e que desagradou à crítica especializada. A história desta insípida aventura vampírica, livremente baseada nos três primeiros livros da homónima colectânea literária, é protagonizada por Darren Shan (Chris Massoglia), um típico adolescente norte-americano que conhece um verdadeiro vampiro durante uma exibição artística do Circo dos Horrores, um espectáculo ambulante cheio de misteriosas criaturas monstruosas. O vampiro, Larten Crepsley (John C. Reilly), aproveita algumas circunstâncias especiais para tentar convencer o extrovertido adolescente a tornar-se seu assistente pessoal no grande circo de monstruosidades. Após aceitar a proposta, transformando-se ele próprio num vampiro, o adolescente vê-se acidentalmente envolvido num conflito centenário entre os vampiros e os seus cruéis e sanguinários inimigos de longa data.

O argumento explora, sem grande criatividade ou qualidade, uma extravagante realidade sobrenatural onde coexistem inúmeras aberrações mitológicas. São algumas dessas monstruosas criaturas que protagonizam esta extravagante aventura que raramente nos entusiasma, porque simplesmente não nos apresenta grandes sequências de acção ou de intensidade. Os enfadonhos diálogos, que pouco explicam o argumento, também não contribuem positivamente para o aborrecido desenvolvimento desta história supostamente excitante. O trabalho directivo de Paul Weitz é extremamente medíocre, porque em nenhum momento, conseguiu transformar este degradante espectáculo de abominações numa produção cinematográfica minimamente cativante. Os inúmeros efeitos especiais que complementam as principais sequências sobrenaturais desta produção, também não devem muito à qualidade. A interessante caracterização das personagens é, muito provavelmente, o único elemento de qualidade desta entrega vampírica. Os veteranos actores John C. Reilly e Willem Dafoe, conseguiram arrancar as melhores performances individuais do elenco, porque conseguiram rentabilizar as suas respectivas personagens. O jovem protagonista da história, Chris Massoglia, acusou claramente a pressão dos grandes palcos cinematográficos, porque nos apresenta uma performance verdadeiramente inexperiente e desapontante. A performance secundária de Salma Hayek é amplamente correspondente à maquilhagem da sua personagem, ou seja, verdadeiramente horripilante.

O estúdio cinematográfico responsável pela distribuição norte-americana de ?Cirque du Freak: The Vampire's Assistant? tentou aproveitar a estrondosa mediatização do lançamento comercial de ?New Moon? para arrecadar alguma publicidade gratuita, mas a verdade é que a segunda entrega dessa célebre aventura vampírica, curiosamente dirigida pelo irmão do cineasta deste projecto, conseguirá melhores resultados comerciais em todos os grandes mercados internacionais, porque conseguiu rentabilizar comercialmente esta popular temática através de inúmeros elementos, qualitativamente dúbios mas economicamente rentáveis, que imortalizaram esse produto junto do público-alvo, algo que ?Cirque du Freak: The Vampire's Assistant? não conseguiu fazer.