Realizado por Chris Columbus
Com Logan Lerman, Uma Thurman, Pierce Brosnan, Rosario Dawson
O cineasta responsável por ?Harry Potter and the Sorcerer's Stone? (2001) e ?Harry Potter and the Chamber of Secrets? (2002), Chris Columbus, regressa às fantasias e às adaptações cinematográficas de sucessos literários com ?Percy Jackson & The Olympians: The Lightning Thief?, uma medíocre mas divertida produção que não se aproxima da qualidade narrativa das últimas entregas de ?Harry Potter?, mas que se encontra ao nível das suas primeiras adaptações cinematográficas. A história de ?Percy Jackson & The Olympians: The Lightning Thief? é protagonizada por Percy Jackson (Logan Lerman), um jovem estudante que sempre se sentiu um pouco estranho e diferente de todos os outros, e tem razão para isso porque ele é um poderoso semideus que tem Poseidon (Kevin McKidd) como o seu pai. O adolescente desconhece as suas origens divinas e as extensões dos seus poderes especiais, no entanto, tudo isso muda quando o poderoso relâmpago divino de Zeus (Sean Bean), um símbolo do poder supremo, desaparece e as entidades divinas suspeitam precisamente do ignorante adolescente que, com a ajuda dos seus mais íntimos amigos, terá de encontrar o ceptro divino, evitando assim uma guerra sem precedentes entre os deuses. Percy terá ainda que salvar a sua mãe das garras infernais de Hades (Steve Coogan).
À semelhança de ?The Golden Compass?, ?The Chronicles of Narnia - The Lion, the Witch and the Wardrobe? ou ?Harry Potter and the Sorcerer's Stone?, ?Percy Jackson & The Olympians: The Lightning Thief? não nos apresenta um argumento coerente ou profundo, muito pelo contrário, aposta numa estrutura bastante superficial que tenta estimular os espectadores através das suas fantasiosas sequências que são fornecidas pelas inúmeras aventuras e batalhas dos protagonistas. A temática mitológica desta história é bastante interessante e cativante, assim sendo, fornece um grande atractivo aos espectadores que apreciem produções que são baseadas em histórias mitológicas ou sobrenaturais, no entanto, esta temática não foi habilmente explorada por um argumento que nos apresenta inúmeras descontinuidades e irregularidades narrativas que afectam claramente o seu desenvolvimento, assim sendo, nunca descobrimos porque é que os deuses suspeitam que o protagonista esteja envolvido no desaparecimento do artefacto divino, que na realidade nunca é devidamente procurado pelos deuses ou pelos heróis da história que basicamente se concentram no salvamento da progenitora humana do principal interveniente da história, também nunca conseguimos perceber porque é que existia uma ameaça de um violento confronto entre as principais figuras divinas, e porque é que os restantes deuses não impediram o governante do submundo de sequestrar a progenitora de um poderoso semideus que, afinal de contas, é o herdeiro de uma das mais poderosas entidades do grupo divino. Às lacunas mencionadas podemos adicionar outras igualmente problemáticas que deixam os espectadores sem importantes repostas ou sem qualquer espécie de contexto. A construção das personagens também está recheada de problemas e o principal afectado é o interveniente principal, que aprende demasiado rápido a utilizar os seus fantásticos poderes divinos e a compreender o funcionamento de uma sociedade que ele desconhecia no princípio da história.
A direcção de Chris Columbus é visualmente competente, porque conseguiu construir sequências absolutamente fantásticas através de uma inteligente utilização dos empolgantes cenários tecnológicos e dos cativantes efeitos especiais, no entanto, Chris Columbus não conseguiu comandar habilmente o desenvolvimento da história que merecia uma abordagem mais cuidadosa dos pormenores. O protagonista da história, Percy Jackson, é interpretado por Logan Lerman, um actor relativamente inexperiente que nos oferece uma performance substancialmente interessante. Brandon T. Jackson, Uma Thurman e Rosario Dawson também nos oferecem performances de qualidade através de personagens secundárias. A sua fotografia combina adequadamente com os extravagantes efeitos especiais, e a banda sonora denota uma ausência de imponência instrumental.
A impressa especializada considera que as aventuras de ?Percy Jackson & The Olympians? têm o potencial necessário para se converterem num legítimo sucessor cinematográfico das aventuras de ?Harry Potter?, no entanto, esse potencial não ficou demonstrado com ?Percy Jackson & The Olympians: The Lightning Thief?, uma produção que poderá entreter os espectadores através das suas sequências mitológicas mas que, em última análise, não nos consegue convencer porque não nos apresenta um argumento empolgante e coerente que se mostre capaz de transformar esta longa-metragem num sucesso qualitativo.
Classificação - 2,5 Estrelas Em 5
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