Morrer como Homem
Cinema

Morrer como Homem




A opinião

Sensacional. É um daqueles filmes que ou ama ou odeia. É diferente, inovador, característico do diretor e muito corajoso. Aborda a vida de um transexual, com seus medos, anseios, sofrimentos e imaturidades. A narrativa é lenta utilizando o tempo da solidão. A camera e uma fotografia com pouca luz acompanham as histórias que vão acontecendo. O personagem trabalha em uma boate. Percebemos a competição para continuar ocupando o lugar de destaque. A inveja do novo e do que não poderá mais ser causa situações deprimentes e patéticas, como o beijo de Judas (muito bem feitas). "Deus, perdoe a minha vaidade", diz-se incluindo o questionamento da religião. Os travestis são extremamente sensíveis, puros e ingênuos no amor, apaixonando-se perdidamente e incondicionalmente por tipos complicados, que criam o desprezo e que sempre precisam de ajuda. "você traz tantas preocupações", exemplifica o que foi dito. As músicas explicam o que acontece pela visão de dentro dos personagens. Há cenas surreais perfeitas, como a da floresta, quando todos param e sentam. Às vezes a vida precisa parar e quando isto acontece até a luz é modificada. A solidão causa a loucura internalizada. O objetivo é causar estranheza e demonstrar que como não são homens na alma, nem mulheres no corpo, comportam-se de jeito diferente e incompreendido até para eles(as) mesmos(as). Um amigo meu definiu o momento para ele "pura epifania", mas não para mim. Achei incrível. "Não é carne, nem peixe", outra frase. Todo tempo tentando liberta-se de uma vida vazia. O personagem principal é desconfiado de tudo. Os diálogos são poesias cruéis, expondo a alma pertubada e buscando a esperança. "Sapatos confortáveis me enervam. Não conseguiria ser completa sem a dor nos pés", diz-se. A história humaniza todo os 134 minutos de filme.

Ficha Técnica

Direção:João Pedro Rodrigues
Roteiro:João Pedro Rodrigues, Rui Catalão
Elenco:Fernando Santos, Alexander David, Gonçalo Ferreira de Almeida
Fotografia:Rui Poças
Montagem:Rui Mourão, João Pedro Rodrigues
País:Portugal / França
Ano:2009

A Sinopse

Tonia, transexual veterana de Lisboa, vê seu mundo desmoronar. Seu posto de estrela na boate onde se apresenta é ameaçado por uma drag queen mais jovem, e seu namorado tenta convencê-la a fazer a cirurgia de mudança de sexo, que ela sempre negou por crenças religiosas. Para piorar, o filho que ela abandonou deserta o exército para procurá-la. Ao descobrir que seu corpo está doente devido a hormônios e silicone, Tonia decide viajar para o interior na companhia do namorado. Lá, acabam se perdendo, e vão parar em uma floresta mágica. Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2009.



O Diretor

Nascido em 1966, em Portugal, estudou na escola de Cinema de Lisboa. Seu primeiro curta, Parabéns!, ganhou uma Menção Especial do Júri no Festival de Veneza em 1997. Em 2000, concorreu ao Leão de Ouro no mesmo festival com seu primeiro longa, O Fantasma, vencedor do prêmio de melhor filme no Novo Festival de Nova York. Seu segundo filme, Odete (2005), ganhou a menção especial ?cinema de pesquisa? na Quinzena dos Realizadores em Cannes.



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