Seção CINEMA // Crítica Amor Sem Fim
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Seção CINEMA // Crítica Amor Sem Fim


De Doido Todo Mundo Tem Um Pouco

Amor Sem Fim // Endless Love (1981)


Nota: 5,5


Endless Love todo mundo conhece. Virou hino de flashback na rádio faz tempo, e toca em casamento, baile de debutante, dia dos namorados, entre outras celebrações. O que pouca gente sabe, é que a música foi escrita pelo Lionel Richie para um filme homônimo, e traduzido ao pé da letra para Amor Sem Fim, e toca em 4 entre 5 cenas do filme, em versões diversas, mas a versão famosa (o dueto do Lionel e da Diana Ross) só é introduzida nos créditos finais. O filme pra mim só prova a obsessão do Franco Zefirelli por romances trágicos entre adolescentes, porque Romeu & Julieta foi feito por ele nos anos 60, e foi polêmico por ser a primeira adaptação da história a ser protagonizada por verdadeiros adolescentes, e também continha as cenas de sexo. A fórmula desse é a mesma, inclusive é também uma adaptação de obra literária.

Bom, a história é com o Martin Hewitt, que sumiu do mapa, e com a Brooke Shields, na época em que ela era paga pra posar de namorada do Michael Jackson, e é sobre um rapaz de 17 anos que é apresentado a uma menina de 15, pelo irmão dela, e começam um romance. Ele vive ao lado dela, e freqüenta a sua casa inclusive, e têm o apoio dos pais dela, que são profissionais liberais, e bem pra-frentex, mas ganham o ciúme do irmão dela, que apresentou o casal, feito pelo James Spader. Mas o apoio do pai acaba quando ele descobre que eles mantêm relações sexuais. Ele também fica ciúmes, e passa a se incomodar também com o relacionamento.

Ou seja, o pai dela era um grande de um hipócrita, liberal de meia tigela. Na verdade ele era um machista e moralista como a sociedade prega que todo mundo deve ser. Ao contrário da mãe, que se projeta no relacionamento dos dois, e vive através da filha uma liberdade que ela nunca teve. Por outro lado ela é passiva também, por apenas discordar das atitudes do marido. Ele os proíbe de se verem, causando revolta nos dois.

Outro fato curioso é que esse foi o primeiro filme do Tom Cruise. Ele faz uma cena só, como um atleta da escola contando que ele incendiou sua casa sem querer, e conseguiu tirar todo mundo de casa, e acabou sendo visto como herói. Movido por essa brilhante idéia, o Martin toca fogo na casa da Brooke e vai salvar a família pra pagar de herói e reconquistar a simpatia deles. Só que inexplicavelmente, ele é desmascarado, porque ele de fato incendiou e foi lá salvar a família toda, mas na cena seguinte ele já está no seu julgamento pelo incêndio criminoso. Ficou meio tosco isso aí. Não se esclareceu como tudo foi descoberto. E ele é condenado a um tratamento psiquiátrico.

Eu sinceramente acho que ele só podia ser louco mesmo. Primeiro que ele foi na onda do Tom, e executou a idéia de jerico. Segundo que mesmo depois de passar dois anos num manicômio, ele ainda queria ir atrás dela. Qualquer pessoa normal, e nos seus 17 anos, teria achado outra pessoa qualquer para se relacionar. A gente conta nos dedos as pessoas que se casam com seus romances da adolescência. Outra conclusão pessoal que tiro do filme, é que a Brooke foi a mulher mais linda a pisar na face da Terra. Foi mesmo, porque hoje em dia ela não é nem sombra do que ela era. Envelheceu muito mal. A Denise Richards se parece mais com ela quando jovem do que ela mesma.

Mas apesar de linda, a Brooke nunca foi lá boa atriz. Ela é fraquinha demais, mas ainda assim é melhor que o Martin, que me lembra um Iran Malfitano mais magro e menos cabeludo. Deve ser por isso que artisticamente o Tom Cruise e o James Spader chamaram mais atenção que eles depois. A Brooke, por ser linda, sempre continuou na mídia, seja como modelo, ou pelos seus seriados fraquinhos de TV e os seus filmes, em que ela só precisava enfeitar a tela, tipo A Lagoa Azul e Suddenly Susan. Agora ela faz Lipstick Jungle, que é uma cópia de Sex and The City, aquela coisa primorosa... Mas o Martin sumiu de vez. Deve ter mudado de área.

Outra estréia no filme é do Ian Ziering, que fazia o Steve Sanders de Barrados no Baile. Ele era um dos irmãos da Brooke. Só soube que ele tava no filme nos créditos finais. Ele também sumiu depois do sucesso com o seriado. O filme colecionou indicações a prêmios. Foi indicado a 6 Framboesas de Ouro, incluindo pior filme, pior atriz e pior diretor, mas não ganhou nenhum, e algumas indicações a melhor canção para o tema título.



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