"Let the Right One In" por Nuno Reis
Cinema

"Let the Right One In" por Nuno Reis


Os vampiros estão na moda

Nem só de vegetarianos se faz o novo cinema de vampiros. Os tradicionais bebedores de sangue humano continuam a ser muito apelativos e um excelente tema para filmes. John Ajvide Lindqvist conseguiu escrever nesta década, um livro intemporal com grande probabilidade de se tornar um clássico. A adaptação para cinema foi suavizada - só percebe quem quer - mas tem todos os elementos-chave do livro que por sua vez tem todos os elementos-chave das histórias de vampiros.

No meio de uma Estocolmo gelada Oskar, um rapaz de 12 anos, é vítima frequente de bullying. O pânico impede-o de se defender, mas na solidão nocturna treina-se na rua com uma faca. Numa dessas noites conhece a nova vizinha, Eli, uma rapariga da idade dele pouco amistosa e que não sente frio. Oskar consegue criar um laço recorrendo ao desafio do Cubo de Rubik e na noite seguinte Eli está bem mais simpática. Oskar não sabe é que entretanto a nova amiga saiu para caçar. Eli é uma vampira centenária e o homem que Oskar presumia ser o pai dela é um servo que caça por ela, para que a polícia não suspeite de um vampiro. Entre os dois jovens vai começar uma amizade muito forte com que ambos lucrarão. Oskar vai aprender a defender-se e Eli finalmente vai aceitar a sua situação.

O que distingue este filme de muitos outros é o factor humano. Oskar é uma personagem com quem é fácil simpatizar e a quem apetece dar um abanão. Eli apesar de todo o mistério tem algo de cativante, como qualquer vampiro que se preze. A amizade que nasce entre os dois é pura e ao filme bastam estas crianças para ter uma história. Os adultos são meros adereços ou refeições. Não há nada daquilo que é habitual nos filmes de vampiros, aqui são duas crianças cada uma com os seus problemas. Mas enquanto a defesa pessoal pode ser treinada, a sede não pode ser evitada.

A fotografia está fenomenal e a realização impecável. O talento dos actores fez o resto. Quem quiser um filme de terror terá alguns momentos emocionantes de pessoas a serem sangradas, membros a voar e vampiros vindos do tecto. Quem não lidar bem com o terror consegue ver o filme sem problemas, apesar de muito bem feitos os momentos de medo são raros, devidamente anunciados e passam-se fora do ângulo de visão da câmara. A excepção está na cena que se associa imediatamente ao título. Essa permanecerá na memória dos espectadores por algum tempo.

O filme, como anunciamos em Outubro, foi o justo vencedor do Méliès d’Or. Prémio dos festivais de cinema fantástico para o melhor filme europeu do género.


: "Låt den rätte komma in" (Suécia, 2008)
Realização: Tomas Alfredson
Argumento: John Ajvide Lindqvist
Intérpretes: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson
Fotografia: Hoyte Van Hoytema
Música: Johan Söderqvist
Género: Drama, Romance, Terror
Duração: 115 min.
Sítio Oficial: http://www.lettherightoneinmovie.com/



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