Crítica: 50% (50/50)
Cinema

Crítica: 50% (50/50)



Falar de um tema tão complicado como este e fazê-lo de forma calma e divertida é para poucos. Não consegui acreditar que estava o tempo todo diante de um paciente com um câncer raro na coluna e este é o ponto mais positivo desta produção, que conseguiu mesclar momentos muito bem elaborados de humor, com momentos muito bem executados de drama. 50% é outro forte candidato a fazer parte da próxima cerimônia do Oscar,  pela grande atuação de Joseph Gordon-Levitt e por se tratar de um roteiro original magistral e baseado em fatos reais.

Baseado em fatos reais, o longa-metragem é baseado na experiência real de Will Reiser, um roteirista de Hollywood que venceu o câncer. Reiser teve a doença quando tinha 25 anos e lutou contra ela por alguns anos. No filme a história se passa com Adam, que é um jovem escritor de programas de rádio, diagnosticado com um raro caso de câncer. Com a ajuda do seu melhor amigo, da sua mãe e de uma jovem médica, Adam vai descobrir o que a vida tem de mais importante.

Digamos que esta seja um filme corajoso. Quando se falar de câncer, a possibilidade de algum espectador ter algum envolvimento com a doença é muito grande. Este é, sempre foi e dificilmente deixará de ser um dos grandes motivos pelos óbitos da humanidade. Abordar uma temática como essa é comum na sétima arte, porém isto sempre é feito por intermédio de um trabalho melodramático capaz de arrancar rios de lágrimas do espectador. Muito disso está empregado ao respeito que se dá ao tema, mas neste filme estamos diante de algo diferente, sensível, inteligente, divertido e emocionante. Estamos diante de uma comédia inteligente, que sabe utilizar das situações para entreter e cativar. Grande parte deste clima ameno está baseado no personagem Kyle, que é amigo de Adam e que se aproveita da doença para conseguir mulheres e tenta fazer o máximo de besteira possível para alegrar o colega doente. Mesmo sendo um pouco egoísta e aproveitador é possível perceber na relação deles o amor atrelado a verdadeiros laços de amizade e é isso que não irrita o espectador diante das "artes" de um "espertinho".

Como disse no começo do texto, Joseph Gordon-Levitt está muito bem na produção. Sua imagem está realmente vinculada aos filmes que caracterizamos como "indie" e esse realmente é o tipo de papel feito para ele. Confesso que estou curioso para ver sua aparição em Batman no ano que vem. Seth Rogen não é meu ator preferido e, por sinal, nem costumo gostar muito de seus filmes. Ele está fadado a viver praticamente o mesmo personagem, mas desta vez o faz de maneira inteligente e cativante. Gostei de sua aparição. Anna Kendrick faz de maneira bem cativante o papel de uma psicóloga sem experiência e Bryce Dallas Howard nos entrega uma boa namorada megera. A trilha sonora ficou bastante bonita e se destaca em momentos chaves.

Talvez 50% não seja esse filme tão grandioso como todos achamos, mas a verdade é que ficamos besta pela forma como conseguiram se expressar. Ser inteligente ainda faz a diferença e é isso que espero quando assisto alguma produção. Nessa encontrei este " tempero" na medida certa.






Trailer do Filme:



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