Crítica: Hotel Mekong (Mekong Hotel)
Cinema

Crítica: Hotel Mekong (Mekong Hotel)


Tio Boonmee deu lugar ao Tio Joe

Por Fabricio Duque

?Mekong Hotel? apresenta-se como o mais novo filme do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul (de ?Mal dos Trópicos?, ?Tio Boonmee que Pode Recordar Suas Vidas Passadas?, longas-metragens premiadas, como por exemplo, o Festival de Cannes). Traçando um perfil sobre a obra do diretor, podemos constatar a recorrência dos elementos figurativos metáfora e da transposição do existencialismo silencioso. Em ?Mekong Hotel?, a narrativa é lenta e contemplativa, transpassando o tempo real dos acontecimentos cotidianos, funcionando como ficção documental ao inserir referências pessoais (da história que está sendo contada ? exemplo a do diretor Apichatpong que se autointitula Tio Joe) dos ?atores? vivendo atores, dentro de uma metalinguagem cinematográfica política e questionadora. Há olhares à câmera (interatividade com o público), cuecas da marca Calvin Klein (indicando o consumo capitalista globalizado), a mãe vampira (mostrando a relação antropofágica dos pais ? de sugar o ?sangue? e os sonhos dos filhos, e também o propósito do ser humano ? de se alimentar de outros humanos e animais), tudo personificado de forma explicita e amadora, quase ?tosca?. Os diálogos perdidos e superficiais são propositais, a fim de expor o querer individualizado no contexto da sociedade. ?A água não tem ouvidos?, diz-se entre escavadeiras e garotos ?animais? das Filipinas. No final, a poesia da cena, o Jet ski e a jangada, cria a dicotomia econômica de um mundo que tende à tecnologia e ?evolução?. Para muitos espectadores (incluindo críticos), o que mais incomoda é a lentidão das imagens e o ?vazio? apresentado. Então, parto em contradição, afirmando que por trás da ausência, há uma aula política, pelo excesso e pela sutileza, ao mesmo tempo.





loading...

- Crítica - Loong Boonmee Raleuk Chat (2010)
Realizado por Apichatpong Weerasethakul Com Thanapat Saisaymar, Jenjira Pongpas, Sakda Kaewbuadee Boonmée (Thanapat Saisaymar) enfrenta os seus últimos dias de vida numa propriedade rural, na companhia de amigos. Da sua particular relação para...

- Crítica: Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas (2010)
Boonmee sofre de insuficiência renal crônica e decide passar os seus últimos dias em sua casa na floresta tropical tailandesa. A sua cunhada Jen, o jovem Tong e um enfermeiro o acompanham. Na primeira noite, durante o jantar, recebem a visita da esposa...

- Crítica: Rak Ti Khon Kaen (cemetery Of Splendour)
Por Fabricio DuqueDireto do Festival de Cannes 2015 "Rak Ti Khon Kaen (Cemetery of Splendour)", do tailandês Apichatpong Weerasethakul (de "Hotel Mekong" e "Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas"), corrobora seu tema favorito, que é personalizar...

- Pílula Crítica: O Grande Hotel Budapeste
Por Fabricio Duque Direto do Festival de Berlim ?O Grande Hotel Budapeste? consagra a obra-prima do diretor Wes Anderson, por conjugar elementos característicos de sua carreira cinematográfica com uma trama linear, apesar das digressões e por...

- Crítica: Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas
Ficha Técnica Direção: Apichatpong Weerasethakul Roteiro: Apichatpong Weerasethakul Elenco: Sakda Kaewbuadee, Matthieu Ly, Vien Pimdee, Jenjira Pongpas, Thanapat Saisaymar Fotografia: Yukontorn Mingmongkon, Sayombhu Mukdeeprom Figurino: Chatchai Chaiyon...



Cinema








.