Crítica: Jogos Vorazes (The Hunger Games)
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Crítica: Jogos Vorazes (The Hunger Games)



Desde que "Harry Potter" surgiu, muitas foram as adaptações que aportaram no cinema e não obtiveram grande sucesso. "As Crônicas de Narnia" nunca chegou ao patamar que se esperava dela, "Percy Jackson" ficou no quase e alguns, como a "Bússola de Ouro", nem mesmo decolaram. Crepúsculo foi a única franquia que conseguiu se manter, depois do surgimento do bruxinho, mas mesmo com todo alvoroço ao seu redor, alguns ainda odiavam o mundo dos vampiros e lobos. A questão é que Harry Potter agora é coisa do passado, já que não há mais filmes para serem lançados, e Crepúsculo terá o seu desfecho este ano.  Hollywood precisa de um substituto e me parece que acaba de encontrar com Jogos Vorazes.

Não posso deixar de citar que o ambiente que a trama propõe é muito mais hostil do que as histórias que o estou comparando. O livro de Suzanne Collins, do qual o longa foi adaptado, nos apresenta Panem, uma região futurista, que foi dividida em doze distritos. A ideia que explicita a introdução do "Reality Show" é uma espécie de castigo, por parte da capital, aos distritos por um passado de guerra e traição. Todos os anos, um casal de jovens, de cada área, são sorteados para fazerem parte deste jogo, que consiste numa batalha entre 24 pessoas, com só um sobrevivente.  Como todo programa de televisão, o jogo é manipulado pelos responsáveis do evento e agradar ao público pode ser uma solução para permanecer vivo. Na 74ª edição será a vez de Katniss participar, em substituição de sua irmã, que com apenas 12 anos foi sorteada. Peeta será o outro representante do distrito da heroína e juntos eles poderão até se apaixonar, mas não esquecer que somente um poderá sobreviver.

Considero que Jogos Vorazes não tem o mesmo público alvo, das outras sagas de sucesso, por conta de sua proposta no mínimo violenta, o que é uma afirmação bem verdadeira, mas o diretor Gary Ross tentou, a todo custo, ser o menos violento possível e algumas vezes apresentou cenas bem mais amenas do que poderia ter elaborado. Um ponto forte da direção, que consegue assim atingir a mais garotos e garotas que não levarão um susto com um pouquinho mais de verdade nas mortes alheias. Outro ponto positivo da direção, graças a deus, é o fato de não deixar o romance, que é uma obrigação nesse tipo de história, ser o ponto principal da trama. Ele existe, está presente, convence, mas não é meloso ou exagerado. 

Darei como ponto negativo o começo da filmagem, quando acho cansativo o fato da câmera tremer bastante para nos fazer viver o momento do protagonista. A coisa só acalma quando teoricamente estamos assistindo ao programa. Outro aspecto que me incomodou um pouco, mas que não acho que prejudique o longa, foi a direção de arte. Completamente exagerado aquele mundo de cores e maquiagens ao pior estilo possível. Sei que estavam tentando retratar um universo futurista, mas poderiam ter feito isso de outra forma. 

O roteiro rende alguns questionamentos interessantes do tipo: Até onde eu iria para sobreviver? Seria eu capaz de tirar a vida de uma pessoa para poder viver a minha? Fora isso, há sempre uma crítica social, que não foi tão aprofundada para não tirar o espírito de aventura, abordando as manipulações do poder para manter quietos aqueles que tem motivos para se rebelar. No quesito de atuações fico muito, muito mesmo, contente com o elenco que foi determinado para a obra. Jennifer Lawrence, que já havia me conquistado em O Inverno da Alma e feito boas aparições em Como Loucos e X-Men: Primeira Classe, mostra mais uma vez que está a altura dos seus contínuos elogios e se mostra muito capaz de protagonizar a série, entregando uma atuação muito convincente. Josh Hutcherson (Viagem 2, Minhas Mães e Meu Pai), outra figurinha carimbada da sétima arte, faz muito bem o papel de par romântico e não decepciona em sua interpretação. O elenco de apoio ainda conta com Stanley Tucci, Wes Bentley, Woody Harrelson, Toby Jones, Elizabeth Banks, Donald Sutherland e, até mesmo, o músico Lenny Kravitz, único que não consegue dar um bom andamento ao seu personagem. 

Em suma, não quero dizer que estamos diante de um filme perfeito e afirmo que há muito a ser melhorado para as continuações. De toda forma, não escondo minha empolgação para com o que acabo de conferir e indico para os leitores que procuram um entretenimento de qualidade, com boa ação e que não menospreza a inteligencia do espectador. Hollywood acaba de encontrar sua próxima febre mundial.

 

Trailer do filme: 






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