Cinema
Crítica: Loreak
Por Fabricio Duque
?Loreak?, integrante da Mostra Competitiva Ibero-americano de Longa-Metragem do Cine Ceará 2015, dos diretores Jon Garaño e Jose Mari Goenaga (este último que codirigiu o longa-metragem de ficção ?Supertramps? e do documentario ?Lucio? - indicado ao prêmio Goya), busca a narrativa de gênero perspectiva da lembrança e da conservação da memória a fim de corroborar a ideia do Dia dos Mortos no México, ambientando seus personagens que contemplam a vida e os objetos. O título basco (de nacionalidade e de língua euskara batua) significa ?Flores?, e é o elemento principal de condução e de interconexão, visto que a estrutura se comporto como um filme coral (vidas que se cruzam). Cada um tem sua história, seus admiradores secretos (e já conhecidos) e seus porquês de ?enviar flores?. Uma ação tem o poder de transformar outras ações (a Teoria do Caos). Aqui, transformações são despertadas, gerando a felicidade platônica do estimulo do interesse e ?deixando? a existência mais solar. Insatisfação anterior vira confiança incondicional. Resignação dá lugar à esperança. Quando trágicos acasos ?ganham? vida (mudando o rumo), o possível recomeço desnorteia-se pela depressão e pelo retorno à mesmice rotineira. Entre ?corpos doados à universidade?, ?enterro sem corpo? e ?se a rosa cicatrizar, morre?, cria-se o simbolismo realista do destino, personificado em ramificações de ?amor por afeto? e ?flores na estrada? (uma metáfora aos mortos da ditadura do país). Mas os diretores, mesmo ?rígidos, perfeccionistas, ?hiper sensíveis? e que ?sabem tanto das mulheres?, o que disse a atriz Itziar Ituño na coletiva de imprensa, imprimiram uma ligação tão forte com a película, que não conseguiam terminar, apelando para elipses temporais de três e dois anos para ?fechar? o ciclo narrativo. Assim, o final estende-se e anda no imite tênue entre emoção açucarada e sentimental sem ser clichê. Um filme interessante, que tem o objetivo de ?aprisionar os personagens pela falta de comunicação?, um ?divisor de águas? no universo cinematográfico contemporâneo do cinema basco. Recomendado.
loading...
-
Cine CearÁ 2015: Os Vencedores
A Premiação O Clube é o grande vencedor do 25° Cine Ceará 2015 Participaram das mostras competitivas 09 longas de oito países e 16 curtas nacionais. Também houve premiação para a Mostra Olhar do Ceará, que exibiu 16 curtas locais. ...
-
Crítica: Nn
Por Fabricio Duque ?NN?, do diretor peruano Hector Gálvez, aborda o tema das pessoas desaparecidas, no período de 1980 a 2000, de seu país (a Comissão da Verdade contabiliza sessenta e nove mil no Peru, número muito mais alto que na argentina, trinta...
-
Crítica: Unimachi Diary (our Little Sister)
Por Fabricio DuqueDireto do Festival de Cannes 2015 "Unimachi Diary (Our Little Sister)" de Kore-Eda Hirokazu, integra a mostra competitiva oficial, e utiliza assumidamente a estrutura narrativa da novela, porém mitigando o sentimentalismo barato característico...
-
Crítica: Sicario
Por Fabricio DuqueDireto do Festival de Cannes 2015 "Sicario" significa matadores no México e é com este tema (procedimento policial inter-fronteiras versus realidade sistemática) que Denis Villeneuve (de "Incêndios" e "O Homem Duplicado") lança...
-
Crítica: Bastardos
Por Fabricio Duque Apresentado no último Festival de Cannes, o filme configura-se como a mais recente obra da diretora francesa Claire Daine (de "35 Doses de Rum", "White Material"), imprimindo experimentação narrativa ao fragmentar a história, mostrando-se...
Cinema