Crítica: O Amor é Um Crime Perfeito
Cinema

Crítica: O Amor é Um Crime Perfeito


Por Fabricio Duque

?O Amor É Um Crime Perfeito? corrobora a estrutura de existência científico da cinematografia francesa pela narrativa distante e de ausência ?sonâmbula?. Utiliza-se a arte física como fio condutor da trama. O filme pode ser adjetivado como ?arquitetônico?, porque ?arquiteta? as reviravoltas, ?arquiteta? o elemento visual (criando uma direção de arte referencial) e ?arquiteta? as relações sociais (confusas, desesperadas, superficiais, exageradas, delineadoras, delimitadas, literárias, vazias, abstratas, oportunistas, apaixonadas, transgressoras e libertas da ética e com possibilidades infinitas e aceitáveis). A liberdade poética faz com que a realidade possa ser um tanto quanto deturpada. A Universidade, École polytechnique fédérale de Lausanne, na Suíça, com linhas, chamada de A Onda, atende, na verdade, a estudantes de Engenharia e não letras. O local esmo, frio e calculista cria o ambiente perfeito a fim de ?aventurar? o roteiro do filme, não ficando próximo à universidade. Estes são meros detalhes. Adaptado do romance homônimo de Phillipe Djian (de ?Betty Blue?), os diretores, irmãos de sangue, Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu (de ?Pintar ou Fazer Amor?, ?Viagem aos Pirineus?, ?Os Últimos Dias do Mundo?), se inspiraram na imagem do lobisomem para caracterizar a via dupla do personagem principal (vivenciado pelo ator Mathieu Amalric). Os planos são milimetricamente estudados, por exemplo, de quando o protagonista entra em casa, imagem refletida por espelhos espalhados, mas sutis. O longa-metragem busca contar a história por elipses, devido aos lapsos temporais de esquecimento. Uns disseram que é um filme ?sem pé nem cabeça?, outros demonstraram inquietudes (não parando de tremer a perna), mas um fato é inquestionável: saímos da zona de conforto tradicional. Somos conduzidos a um mundo de confinamento existencial, próprio, individualizado e dependente, contrastando com espaços abertos de ?montanhas? de gelo. Não há realidade. Não há fantasia. Os polos radicais unem-se por não se saber a diferença. Encontram-se encurralados dentro de seus próprios mundos. Então, a busca da ?salvação? pelo crime, pelo amor e ou pela imaginação pode ser a única alternativa. E vem da personagem da atriz Maïwenn (que dirigiu e atuou no filme "Polissia") e do "cigarro". 



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