Crítica: Os Infiéis (Les Infideles)
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Crítica: Os Infiéis (Les Infideles)



O cinema francês deve estar comemorando demais o ano de 2012. Em fevereiro uma produção do país, O Artista, mesmo que tenha sido realizada em solo americano, se tornou a vencedora do Oscar de melhor filme e ainda levou os prêmios de melhor figurino, melhor trilha sonora, melhor diretor e melhor ator. Agora no segundo semestre é a produção Intocáveis que chama a atenção do público e vem batendo recordes e mais recordes de bilheteria. O longa, por sinal, é o escolhido, dos franceses, para a disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013. Se não fosse todo esse movimento e o envolvimento dos premiados Jean Dujardin e Michael Hazanavicius, Os Infiéis passaria despercebido em solos brasileiros, mas terminei me animando para assistir este filme, que não passa de uma versão mais séria do nosso fraco: E ai Comeu?

O longa é uma grande sátira dos conceitos da rotina de um homem comum. Fidelidade e machismo são tratados aqui de forma inteligente, verídica e cômica, porém o desenvolvimento da bora ideia falha por se tratar de uma produção feita a sete mãos, entre eles o diretor Michael Hazanavicius, e dividida em diversos episódios, que nos permite dizer que há acertos e grandes erros em toda sua realização. Há episódios realmente engraçados e divertidos, mas também há aqueles que você fica rezando para acabar. Isso é normal de qualquer trabalho dividido em quadros. Sempre haverá uma comparação entre eles e uma definição do que é legal e o que não é. Um ponto legal foram os "curtas" que fizeram entre as transições dos esquetes. Achei todos muito legais e interessantes e posteriormente inteligente a sacada de uni-los em uma clínica de tratamento aos viciados em sexo.

Jean Dujardin e Gilles Lellouche são os atores principais da película e juntos interpretam dez papéis. O carisma da dupla ajuda a tornar os momentos engraçados muito bons e os fracos momentos em algo menos pior do que deveria ser. A química que rola entre a dupla é muito boa e eles flutuam entre amigos pegadores, adultos que gostam de adolescentes, os que não pegam ninguém e os que imaginam ter um casamento perfeito. A única coisa que tem em comum entre todos os quadros é que em ambos há muita traição, ou intenção de trair. Depois de visitar esses personagens, voltamos aos dois primeiros para chegarmos a um desfecho no mínimo inusitado.

Com tudo dito acima só podemos dizer que se trata de um filme mediano, que possui erros e acertos na mesma medida. Em alguns momentos é impossível não segurar o riso e em outras dá uma vontade de parar de assistir de tão chato que são os acontecimentos. Posso dizer o que mesmo que disse da nossa versão brasileira. Talvez fosse um belo de um seriado se apresentado separadamente, mas muita gente envolvida e não ter uma história sequencial prejudicou um pouco a produção. Não sei também até que o ponto o estilo de humor francês se equipara ao nosso, mas de um jeito de ou de outro vale a pena conferir, a menos que você seja uma feminista daquelas, pois ai sim vai passar raiva o tempo todo.


Trailer do Filme:



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