Crítica de Filme: Ato de Coragem (Act of Valor)
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Crítica de Filme: Ato de Coragem (Act of Valor)





Filmes de guerra estão obsoletos e poucos são aqueles que ainda conseguem agradar. Volta e meia alguma produção é capaz de apresentar uma temática diferente e interessante como, por exemplo, em O Mensageiro ou, o ganhador do Oscar, Guerra ao Terror. Tentando fazer uma produção diferenciada e apresentar um realismo cru das ações de guerras, os diretores Mike McCoy e Scott Waugh decidiram que não iriam trabalhar com atores e que iriam utilizar na produção soldados verdadeiros. São os próprios Marines que vemos em cena, mas a realidade que tentaram transparecer talvez fosse mais verdadeira no trabalho de um bom ator.

Na trama, um grupo de SEALs realiza uma missão de resgate de uma agente da CIA e termina descobrindo a existência de um plano de terrorismo, que visa atacar os EUA. O atentado envolve um contrabandista, que irá tentar infiltrar um grupo de 16 suicidas em solo americano. O objetivo é que eles explodam um novo tipo de colete-bomba em diversos pontos do país. Cabe agora ao grupo de soldados evitar que esta tragédia aconteça.

A dupla de diretores possuem experiência no ramo de documentários e é nítido o quanto eles não sabem como comandar as ações de um longa fictício. O começo a produção funciona muito bem e parecem que depositaram todo o seu conteúdo nele. Neste curto espaço de tempo somos apresentados a alguns dos membros das forças armados, aqui por sinal bastante estereotipados, e somos jogados em um monte de informações que promete se juntar no futuro. Em 15 minutos, temos um atentado, mortes, reviravoltas e uma excelente sequência de resgate, que realmente impressiona pela forma que os soldados a conduziram e todo o trabalho tático que envolve uma operação como esta.

O problema está exatamente depois dos quinze minutos introdutórios quando a produção perde totalmente sua força narrativa, passa a apresentar um monte de missões em sequência e não nos permite reconhecer facilmente os personagens, que nos foram apresentados, a ponto do clímax não funcionar e muito menos emocionar. As sequências das missões parecem fases do jogo Call Of Duty e apesar de ser algo legal para os fãs, me permite dizer que fizeram um enredo muito inferior ao de qualquer jogo da franquia. Até mesmo as cenas que rolam entre as missões do game são mais bem trabalhadas, possuem diálogos mais interessante e uma complexidade mais digna.

Os SEALs se esforçam ao máximo, mas não conseguem entregar uma atuação convincente. Qualquer tomada que seja diferente de uma missão não convence e poderia ter sido interpretada por atores. Na verdade os diretores poderiam ter trabalhado melhor esta ideia, que é até interessante, mesclando atores e soldados em uma troca de experiências. Outra coisa irritante da produção é o fato de fazerem questão de que se trata de uma história real, a ponto de colocarem aquelas chamada no começo: " Esse filme é baseado em verdadeiros atos de coragem". É claro para qualquer um que se trata de uma ficção e daquelas muito mal elaboradas.

Nas mãos de diretores mais experientes, este talvez fosse um interessante filme de guerra, mas o que de fato se apresenta é uma produção com ação fraca e confusa, que não conseguiu extrair de verdadeiros homens da guerra uma interpretação mais convincente do que a de um ator. Talvez fosse melhor tomar o rumo de documentário após os primeiros quinze minutos, quem sabe não se tornaria algo mais interessante? A verdade é que desperdiçaram uma boa ideia.


Trailer do Filme:





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